Curti muito o novo jogo das Tartarugas Ninja, por que será?
Nostalgia vendida como droga – como neste jogo – deveria ser crime. Quando joguei o novo jogo das Tartarugas Ninja me senti novamente com 12 anos, brigando com meus amigos por uma pizza jogada no chão.
Tenho uma história de amor com o jogo das Tartarugas Ninja do Super Nintendo, o Teenage Mutant Ninja Turtles: Turtles in Time. Pena que fiz um negócio enrolado e fiquei sem o jogo… NUNCA me perdoei. Mas pelo menos tive essa redenção, 30 anos depois com Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge.
Para o jogador antigo é revigorante ver a qualidade gráfica. A renovação do beat them up para um público nostálgico é fantástica e, também, por ser fácil… Afinal alguém com a nostalgia de games do Super Nintendo não é alguém jovem, com tempo de sobra para jogar com poucas vidas e continues limitados – algo precisa facilitar o vício.
É importante frisar que a nostalgia é a principal mecânica do jogo, há uma quantidade absurda de easter eggs das animações, filmes e games antigos espalhados de diversas maneiras interessantes. A abertura com a voz de Mike Patton é uma cereja no topo deste bolo. Mas só quem já passou dos 30 poderá desfrutar tais prazeres… Quer dizer, nada que uma boa busca na internet enquanto come pizza não resolva.
É realmente saudável a gente gastar dinheiro para receber essa overdose de nostalgia? Quer dizer, saudável não é, mas vender coisa velha para gente velha dá dinheiro.
Mas acho que não deveria ser tão caro assim revitalizar uma memória da infância. Mesmo que seja remasterizado. Afinal não dá para fazer as contas de quanto vale encarnar Raphael e usar seus sai para matar (destruir?) ninjas robôs do clã do pé. Nem quero imaginar o preço para ver Rocksteady e Beebop te chutar e atropelar.
Comer uma pizza para recuperar energia de todos os jogadores e usar especiais sem gastar energia, apenas apertando um botão são minha religião. Ser jogado para o outro lado da tela por conta de um soco de um inimigo aleatório, talvez. Mas recuperar as pernas de um robô. ISSO É FELICIDADE (temporária) MAS É FELICIDADE.
Tudo isso pode ser jogado sozinho ou com seis pessoas de maneira confusa, caótica, sem sentido e extremamente divertida.
O desenho animado que assisti quando era mais novo não terá o mesmo impacto se o assistir hoje. Provavelmente acharia ruim. Mas o jogo eu gostei… Por que será? Ah, deve ser por que a April luta ao lado das tartarugas só para acabar com a infância de uma galera estranha aí.
Tudo isso é nostalgia, ver as tartarugas adolescentes ninja mutantes, que usam máscaras nos olhos para não serem reconhecidas e seus amigos prontos para salvar o mundo divertido como um jogo deve ser.
No final das contas a nostalgia é a melhor mecânica que o game poderia apresentar, mas isso só vale até enjoar. Talvez esse não seja um consumo saudável no final das contas.
Cowabanga?
