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Mangás vendem mais que comics no Brasil

Você sabia que mangás vendem mais que comics no Brasil?

Não é de hoje que é óbvio que mangás vendem mais que comics no Brasil, a novidade é que dessa vez temos números… E eles são muito maiores do que imaginava algumas pessoas imaginavam (eu).

Mangás, hoje vendem mais do que qualquer outra segmentação de Quadrinhos e Graphic Novels, mesmo quando combinadas. Segundo dados da BookInfo o Top 100 quadrinhos mais vendidos nos últimos 12 meses 71% são mangás! Os dados coletados entre Julho de 2023 e Julho de 2024 mostra ainda a nominação da Panini no mercado com 72% de publicações no top 100, seguida por JBC com 11%, Companhia das Letrinhas com 5%, Seguinte com 5% e DarkSide com 3%.

Importante lembrar que a JBC é hoje uma empresa da Companhia das Letras, o que lhes daria – em teoria – o segundo lugar mais “folgado” com 16% do mercado. Outra observação é que no Top 10 muitas publicações da Turma Da Mônica (Panini) são encontradas apesar do esmagador domínio dos mangás.

Wolverine dos quadrinhos olhando para cima assustado - Outra Semana nos Quadrinhos #14 - Blog Farofeiros

Abaixo você confere o Top 10 mais vendidos nas livrarias entre Julho de 2023 e Julho de 2024. Interessante verificar que nem Marvel, nem DC, estão nessa lista!

  1. Mônica (2021) – 24.578 cópias vendidas
  2. One Piece 3 em 1 Vol. 1 – 23.184 cópias vendidas
  3. Turma Da Mônica (2021) – 21.820 cópias vendidas
  4. Cebolinha (2021) – 21.453 cópias vendidas
  5. Magali (2021) – 21.336 cópias vendidas
  6. Cascão (2021) – 21.152 cópias vendidas
  7. Chico Bento (2021) – 19.552 cópias vendidas
  8. Demon Slayer – Kimetsu No Yaiba Vol. 1 – 18.316 cópias vendidas
  9. Heartstopper: Mais fortes juntos (vol. 5) – 13.155 cópias vendidas
  10. As aventuras do Capitão Cueca – Em cores! – 11.178 cópias vendidas

É interessante ainda comparar os dados de 2021 e 2022 do relatório do mercado do Quadrinhopédia mas já mostrava a ascensão dos mangás.

Mas o que isso significa?

Uma análise que vi poucas pessoas fazendo com esses números é algo que atinge a mim pessoalmente. O FAROFEIROS tenta ser abrangente, mas falamos do que gostamos e/ou entendemos e por esse motivo existe um mundo de artigos de quadrinhos estadunidenses de todos os tipos.

Sou fã, acompanho desde criança e mesmo com os absurdos que denuncio na coluna Outra Semana nos Quadrinhos, continuo acompanhando tais histórias de 80 anos de super seres que nunca envelhecem e raramente mostram alguma maturidade e bom senso. A boa notícia é que o publico geral não quer mais histórias desse tipo, querem profundidade, querem ser representados e não querem ter que entender 80 anos de quadrinhos razoáveis ou ruins para entender uma história.

Estão errados? De maneira alguma. Particularmente tenho gastado mais com Graphic Novels específicas e cada vez menos com quadrinhos estadunidenses.

A maneira como consumimos as histórias que nos jogaram se mostra cada vez mais ultrapassada. Por que é tão difícil admitirmos que as histórias, assim como nós, precisam evoluir? Os mangás conseguiram fazer isso… E pelo visto até a Turma da Mônica tem mais profundidade do que o Capitão América e o Superman, não é?

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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