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Battle Chasers – Nightwar

Review tardio de Battle Chasers – Nightwar.

No Especial de Férias da Steam 2020 finalmente tive coragem de comprar Battle Chasers – Nightwar e, apesar de tudo, não me arrependi. Disponível para Steam, GoG, Xbox One, PlayStation 4 e Nintendo Switch paguei R$ 14,00 pelo game, que tem como preço cheio o salgado valor de R$ 56,00. E sim, você precisa levar isto muito em consideração neste caso.

As cópias físicas de Nintendo Switch e PlayStation 4 são absurdas de caras. Caso esteja sedento por algo colecionável saiba disso e prepare o bolso.

Trata-se de um RPG simples de batalhas em turnos com personagens pré definidos. Enquanto a história não consegue ser cativante os personagens tem um visual extremamente atrativo dos traços de Joe Madureira, famoso desenhista de histórias em quadrinhos. Mas a produtora Airship Syndicate é um negócio de família: o game designer e responsável pela animação é Steve Madureira, irmão do astro dos quadrinhos.

Battle Chasers - Nightwar - Blog Farofeiros

Diz a lenda de que o desenhista largou os quadrinhos – na época estava no ápice de sua carreira – desenhando X-Men para a Marvel Comics – para fazer jogos. O primeiro resultado positivo de sua empreitada foi a série Darksiders. Battle Chasers – Nightwar é quase que uma continuação de seu quadrinho autoral de mesmo nome.

O game de 2017 ainda tem seu charme: na maior parte do tempo você vê um jogo bonito no seu monitor. Mas depois de uma hora de jogo você já encontra defeitos de animação e preguiçosos defeitos de adaptação do texto. Se isso não for um empecilho para sua jogatina é provável que o game te agrade bastante.

É inegável a beleza do game em sua versão para PC, e pelo preço que paguei acredito ser um jogo bem razoável. Mas aviso, não pagaria um valor muito alto neste jogo. A simplicidade da mecânica do game e da história acabam tornando a experiência rasa, não valendo um investimento maior.

Onde se espera algo revigorante com referências à clássicos do RPG de 16 bits como Chrono Trigger e Final Fantasy VI – entre diversos outros JRPGs – só se vê isso mesmo: referências. Não há um ponto que destaque o game acima de outros, clássicos ou não. Os destaques ficam por conta visão isométrica (que só pode ser controlada no teclado, nada de clique de mouse), personagens em 3D que de longe são bonitas e lindas paisagens com efeitos de iluminação. A música é bem bacana também.

Talvez exista boa vontade mas falta recursos para o desenvolvedor – afinal é um game originário de uma campanha de financiamento – prefiro pensar assim no lugar de imaginar má vontade dos desenvolvedores.

Também é possível que Battle Chasers – Nightwar tenha sido feito pensando no público mobile e a versão para PC seja apenas mais uma versão. Novamente, não leve isto como algo negativo, só acredito que o jogo é mais simples do que deveria ser.

Esse tipo de RPG normalmente tem uma profundidade na história que não encontrei neste game. Minhas referências são as que mencionei acima, talvez seja injusto comparar o jogo com dois clássicos como estes, mas creio que nem os desenvolvedores fossem gostar caso o comparasse com outros jogos.

Os mapas de dungeons são formadas por salas e combinadas proceduralmente, o que me surpreendeu em um título como este mas nada fora do normal. A dificuldade dessas dungeons também podem ser modificadas para a melhoria dos prêmios. Enquanto você explora em tempo real – com limitação de habilidades de cada personagem – as batalhas são em turno mesmo, o que pode confundir jogadores mais desatentos. Se você não curte este tipo de mecânica fique longe deste game.

Dificultam o sistema de salvamento do jogo também por conta de uma suposta jogabilidade. Atrapalha um pouco, no final você sempre salva o jogo mas tem que sair da partida, ou do game. O sistema de manufatura é entediante e obrigatório para quem quer um pouco mais de versatilidade para além das habilidades do grupo.

Quanto aos seis personagens jogáveis as escolhas normalmente são limitadas. Dificilmente você irá tirar a tank e o healer do grupo, alterando apenas quem fará a maior parte do dano. Também achei estranho a escolha de se fazer um golem curandeiro, mas quem sou eu para reclamar de algo assim?

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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