Sites de games estão contra a Palestina mesmo diante de um genocídio?
Este é o tipo de artigo que escrevo por aqui com muito pesar, é daqueles textos que infelizmente me entristece mas é preciso que alguém o faça. Faço justiça aqui pois o Nautilus Link e o Pedro Zambarda abordaram o assunto em seus respectivos espaços, mas irei tentar ir além neste momento. No momento em que Israel comete genocídio contra o povo palestino na Faixa de Gaza por que sites de games estão contra a Palestina?
A situação é terrível e trás à tona o que há de pior no ser humano, crianças foram assassinadas e não há motivos que sejam suficientes para suportar tal ato hediondo. Até dia 12 de Maio de 2021 foram treze crianças, não sei quantas mais sofreram o mesmo destino.
Tudo gira em torno do jornalista independente Rami Ismail que verificou comportamentos bem estranhos de sites de games como IGN e GameInformer contra o povo palestino. Por que sites de games estão contra a Palestina mesmo diante do assassinato de crianças?
Os problemas começaram quando a IGN Israel criticou a IGN americana por indicar uma campanha para doações com o título Como Ajudar os Civis Palestinos e incluía uma bandeira palestina em seu logotipo. O GameInformer teria publicado algo parecido e quase que imediatamente ambos foram tirados do ar por algum motivo político e/ou comercial. Como o Kotaku apurou a IGN Africa também foi obrigada a tirar tal postagem do ar.
Em seguida, a IGN americana lançou uma nota afirmando que se tratava de um erro por ter deixado parecer que se preocupava com apenas um lado do conflito. A questão é que o conflito tem realmente dois lados, mas um é muito mais militarizado e preparado que o outro. No mesmo anúncio afirmam ter doado US$ 25.000 para a organização Save The Children, o que não muda o fato de agora terem deixado claro que apoiam uma nação que matou indiscriminadamente dezenas de crianças. Ao fechamento deste artigo, dia 18 de Maio a marca já passava das 61 crianças palestinas mortas.
A decisão de tirar os artigos de ajuda ao povo palestino do ar foi, aparentemente, corporativa. Tal censura demonstrou flagrante desrespeito pelos padrões mais básicos de integridade jornalística e independência editorial. Esta frase é, na verdade, de uma carta de cerca de 60 funcionários da IGN, Ziff Davis e J2 Global – e apesar de meus problemas com o veículo (são muitos), não poderia concordar mais.
A carta fala que a decisão de deletar a postagem veio da administração, não da área editorial. Afirma ainda que quem deletou a postagem deveria aceitar a responsabilidade publicamente.
Cada vez fica mais claro no mundo que ficar calado diante de absurdos do ser humano não devem ficar impunes. A denúncia de atos hediondos, sejam de quem forem, precisam da devida denúncia. Por isso a imprensa é importante, e se chegou até os videogameiros é sinal de que algo está muito errado no mundo e precisamos nos unir para consertar.
Para saber mais a Palestina recomendo o vídeo de Sabrina Fernandes do Tese Onze.
Esse tipo de violência não cabe mais no mundo moderno, mísseis e tiros não são respostas à conflitos em uma sociedade avançada. Do fundo do coração eu gostaria mesmo que isso acabasse no mundo todo. Agora.