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O adeus à Era de Krakoa dos X-Men

A Marvel Comics dá o último adeus à Era de Krakoa, mas não aos X-Men.

Antes de falar do adeus à Era de Krakoa dos X-Men preciso falar o quanto me envolvi com a história arquitetada por Jonathan Hickman. Sou muito fã dos gibis de boneco do autor e, acredito, que ele deu um passo além nessa fase dos mutantes da Marvel Comics. Deu ao produto extremamente comercial e bagunçado um contexto que não me lembro de ter visto em outro gibi.

Sempre fui fã dos X-Men, mas me distanciei das histórias. Acontece que amadureci e os gibis de boneco não.

Acompanhei a Era de X-Man, a saga que precedeu Krakoa, e aquilo foi terrível para mim de tantas maneiras que não sei falar dela sem proferir ofensas. Não era nem de perto o gibi que esperava, pouco inspirado e com tramas pouco envolventes. A quantidade de mortes sem sentido foi algo que me irritou.

Os X-Men de Jonathan Hickman - House of X - Powers of X - Blog Farofeiros

Mas aí surgiu Krakoa e deu um novo sentido à vida e morte mutante com um complexo sistema de ressurreição mutante que, apesar de absurdo, fazia sentido para a história. X-Men continuava a ser um gibi de boneco, com seus defeitos típicos dos comics norte-americanos, mas havia algo a mais ali. Havia profundidade, a história do mundo havia mudado e aqueles personagens que cresci junto estavam evoluindo de uma maneira que nunca havia concebido.

Até as aventuras mais fúteis foram “menos piores” do que a maioria do mercado. Até analogias – não publicadas – quanto à Krakoa ser a Palestina da Marvel Comics renderam discussões mais acaloradas. X-Men colocou o Magneto na ONU para discutir política com “conservador” brasileiro mesmo o nerdola falando que não pode ter política nos gibis. Bio ética e farmacêutica também renderam conversas, afinal elas foram usadas como armas contra o capitalismo na Terra… Nem preciso falar nas consequências diplomáticas e econômicas em se obter com exclusividade o metal mais resistente da realidade: o Mysterium.

Não foi uma saga mostrando quem era bom e quem era ruim, foi uma frente ampla mutante enfrentando os racistas juntos como uma nação! E nessa discussão é fácil apontar o lado certo – se você tem dificuldade de ver isso você tem problemas mais complicados.

Mas tudo isso chegou ao fim.

Tudo acaba em X-Men #35

A Marvel Comics anunciou que a Era de Krakoa, que teve início nos EUA em Julho de 2019, terá como sua última edição oficial o gibi X-Men #35, que é marcada como Uncanny X-Men #700 em sua contagem original. Haverá histórias de Gail Simone, Gerry Duggan, Kieron Gillen, Al Ewing e a presença especial de Chris Claremont. A capa divulgada não poderia ser mais icônica além de contar com a arte de Pepe Larraz e Marte Garcia.

O editor da linha mutante durante esta fase foi Jordan D. White que, em declaração no site oficial, chamou essa fase de um experimento. Apesar de não concordar com a maneira que o fim dessa era chegou é importante apontar que os pontos altos da saga foram bem mais altos que a maioria das coisas publicadas pela Marvel Comics. Tom Brevoort assumirá a editoria a partir de agora.

Aproveitei a capa de X-Men #35 e fiz um papel de parede aqui em widescreen… Estou órfão de gibi mutante de novo.

Krakoa é para todos os mutantes!

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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