Antes de tudo, vale reforçar dois pontos importantes. Primeiro: o cenário político e militar do Oriente Médio é extremamente complexo. Há conflitos internos em vários países, disputas entre nações da região e também uma longa história de intervenções e interesses de potências ocidentais. Neste momento, o objetivo é focar apenas nos desdobramentos mais recentes da crise entre Irã e Israel, sem mergulhar na longa e delicada história entre os dois países. Segundo: todas as informações contidas neste texto são válidas até o dia 17 de junho de 2025, data da gravação ao vivo do episódio do nosso podcast. O conflito ainda está no início e, como é comum em situações assim, os cenários diplomáticos e militares podem mudar rapidamente.
Alvos estratégicos e o padrão de guerra
Os primeiros ataques realizados tanto por Israel quanto pelo Irã tiveram como foco estruturas estratégicas. De acordo com o governo de Benjamin Netanyahu, Israel mirou bases militares, fábricas de armamentos, usinas nucleares e sistemas de captação e armazenamento de água em território iraniano. Do lado iraniano, os alvos em Israel também foram instalações militares e logísticas.
Esse tipo de escolha segue um padrão comum em conflitos armados: o objetivo inicial costuma ser enfraquecer a capacidade militar do inimigo, prejudicar o abastecimento de recursos básicos e, sempre que possível, provocar instabilidade econômica e social para pressionar o governo adversário.
Impacto sobre civis e áreas de periferia
Mesmo com os ataques voltados a alvos militares, já há registro de mortes de civis nos dois países. Um fator que agrava esse tipo de consequência é o fato de que, ao redor de muitas bases militares, existem áreas ocupadas por populações de baixa renda. Essas comunidades acabam ficando mais expostas aos efeitos de bombardeios e operações militares, aumentando o risco de vítimas civis, mesmo quando o alvo inicial não é uma área residencial.
Possíveis cenários: cessar-fogo ou prolongamento?
Em termos de capacidade militar, tanto Irã quanto Israel são potências na região. Como já comentamos em episódios anteriores, como o da guerra na Ucrânia, o desfecho de conflitos desse porte é imprevisível. Pode haver um cessar-fogo a qualquer momento ou, ao contrário, um prolongamento das hostilidades por meses.
Até o momento, Israel já enfrenta sinais de sobrecarga em seu sistema antiaéreo, enquanto o Irã lida com desafios internos, como uma crise econômica e crescente insatisfação popular com o regime dos aiatolás.
No campo diplomático, por enquanto nem os Estados Unidos (Casa Branca) nem a Rússia (Kremlin) assumiram envolvimento direto ao lado de Israel ou Irã. Mas esse cenário pode mudar caso o conflito se estenda ou ganhe novas proporções.
Seguimos acompanhando. Novas atualizações serão feitas conforme os desdobramentos.