Tinha a Eletronic Arts por trás, a BioWare era quem estava no comando e Anthem deu errado.
Por que lançar uma demo de um jogo inacabado? Encher o mundo de publicidade em diversos meios (ou posts pagos em diversos sites e vídeos no YouTube) para enganar o número máximo de fãs? Anthem deu errado e quem pagou a conta não foram os acionistas da Eletronic Arts.
Lucro acima de tudo, o dinheiro a cima de todos. E você que esperou pelo jogo e pagou caro por ele, não ficou satisfeito? Mas a Eletronic Arts tem um recado para você: senta e chora.
Anthem é antes de mais nada uma decepção para quem pagou R$ 239,00 em algo de péssima qualidade. E quem se importa se Anthem deu errado?
Produtoras insistem em modelos que geram mais dinheiro e tem menos desenvolvimento. Um bom exemplo é a popularidade e a lucratividade de games para celular e diversos modelos de battle royale.
Anthem é um jogo que tinha tudo para dar certo. Mas, pelo visto, nada nunca deu certo durante sua produção.
“É claro que sabíamos que as telas de loading seriam impopulares.”
Desenvolvedor de Anthem
Talvez a imprensa (ou este blog de fã) seja a maior arma que temos para combater o sistema.
A matéria publicada pelo Kotaku assinada pelo editor Jason Schreier escancara o porque Anthem deu errado. Graças às suas fontes temos alguns nomes, datas e motivos de termos em mãos um jogo AAA com tempo de produção de sete anos feito nas coxas em pouco mais de um ano.
O que é que Anthem não tem?
O Game Informer chegou a publicar em Julho de 2018 um texto detalhando a árvore de habilidades do piloto. Independente do javellin que você usasse essas habilidade te acompanharia. Esse sistema foi completamente removido do game oito meses antes do lançamento.
Outro ponto importante para o jogo e sua intenção de vender itens cosméticos por anos só foi notada pouco antes o lançamento. Você poderia comprar visuais lindos e maravilhosos, mas não tinha um local para exibir para os outros. Assim outro estúdio de Eletronic Arts correu para criar a Launch Bay para que você possa se exibir ou invejar a roupa dos outros.
“Ninguém acreditava que fosse tão falho ou tão quebrado. Todos realmente pensaram: Temos algo aqui e achamos que é muito bom.”
Desenvolvedor de Anthem
Alguns dos erros que pudemos constatar, inclusive na demo do jogo, foram apontados anos antes do lançamento. Os desenvolvedores simplesmente tinham que obedecer seus superiores e seguiam em frente como podiam.
Os relatos do Kotaku são assustadores. Em toda indústria o operário é quem leva o chumbo no final. Na Eletronic Arts não é diferente, mesmo sendo BioWare, os funcionários eram obrigados a trabalhar durante noites e fins de semana para entregar alguma coisa. Não importava o que era, as vezes nem mesmo os produtores executivos do jogo sabiam o que estavam fazendo.
Assustadoramente existe a história de que o próximo Dragon Age será feito a partir do código base de Anthem. O Frostbite não atender as necessidades de Mass Effect Andromeda e Anthem não foi suficiente? A engine oficial da Eletronic Arts parece só funcionar bem mesmo em jogos da linha Battlefield e FIFA.
Como uma pedra rolando
Achei engraçado o nome código de Anthem ser Dylan como referência à Bob Dylan. A intenção era criar o Bob Dylan dos games e saíram com, no máximo, um Charlie Brown Jr cover.
Que Anthem deu errado não há o que discutir, mas aí a BioWare e seu relações publicas resolvem falar sobre o artigo do Kotaku. E conseguem piorar tudo.
Enquanto o artigo de Jason Schreier é extremamente inquisitivo e resultado claro de muita investigação a resposta da Eletronic Arts é um mimimi. Algo do tipo “não pode falar mal do meu jogo pois me esforcei para fazer ele bonitinho”.
Parecido com a política brasileira mas isto é outro assunto.
No final, tanto a produtora quanto a imprensa especializada esqueceram do fator mais importante disso tudo. A pessoa que esperou para jogar o game totalmente quebrado e incompleto. Que pagou caro por uma série de bugs e load screens demoradas que não se sabe se haverá solução.
Por mais paixão e esforço que a indústria coloque em um projeto quem sai perdendo é o jogador com um jogo ruim cheio de propaganda. Mentir é feio Eletronic Arts, até quando o assunto é jogo de videogame.
A Eletronic Arts não acredita que artigos inquisitivos como o do Kotaku ajudem a indústria. Talvez eles possam falar isso para os fãs de Mass Effect que foram largados no limbo após o lançamento do jogo.