Vi a pouco uma postagem do jornalista Marcelo Soares do BSKY falando de como cultura pop não se tornou “de esquerda”, na verdade ela sempre foi progressista – no mínimo – em sua grande maioria. Nas respostas Ieda Marcondes postou uma imagem com apontamentos que nosso querido Dennis Almeida afirmou que o texto precisava ser traduzido… Adivinha só?
Abaixo trago a tradução que tenta – só tenta – explicar alguns ícones do universo pop e suas lutas que ocorrem desde antes da extrema direita ficar de mimimi. Obviamente adicionei alguns links para dar mais contexto.
Abaixo segue a tradução livre da imagem mencionada, infelizmente a autoria é desconhecida.
- X-Men é sobre direitos civis. Se você não entendeu isso, você não entendeu X-Men.
- Pantera Negra é sobre direitos civis. Se você não entendeu isso, você não entendeu Pantera Negra.
- Capitão América literalmente lutou contra os nazistas. Ele é a personificação de lutar pelo que é certo. Se você não entendeu isso, você não entendeu Capitão América.
- O Império em Star Wars é fascista. A Aliança Rebelde é antifascista. Se você não entendeu isso, você não entendeu Star Wars.
- O Justiceiro não é para ser um modelo para a polícia ou forças armadas. Tanto que os criadores do Justiceiro fizeram com que ele falasse ativamente contra isso em um gibi. Se você não entendeu isso, você não entendeu o Justiceiro.
- Deadpool é queer. Ele é pansexual. Fato. Se você não entendeu isso, você não entendeu Deadpool.
- Star Trek é sobre igualdade para todos os gêneros, raças e sexualidades. Em meados dos anos 1960 Star Trek abordava o direito de escolha das mulheres e defendia seu direito decidir sobre seus corpos. Um de seus temas mais claros aceitação de culturas e aparências diferentes e trabalhar juntos pela paz. (É também anticapitalista e pró-vegano). Se você não entendeu isso, você não entendeu Star Trek.
- Superman e Supergirl (e um monte de outros super-heróis) são pró-imigrantes. A postura desses quadrinhos é pró-imigração e pró-igualdade e aceitação. Se você não entendeu isso, você não entendeu Superman ou Supergirl.
- Stan Lee disse: “O racismo e a intolerância estão entre os males sociais mais mortais que afligem o mundo hoje.“ Se você é intolerante ou racista, você não entendeu nenhum dos personagens criados por Stan Lee.
- As histórias com as quais crescemos nos ensinaram a valorizar outras pessoas e culturas e a apreciar as diferenças entre nós. Apenas vilões eram xenofóbicos, sexistas, racistas ou totalitários. Eu não consigo entender como alguém pode ter perdido isso.
- Se você está chateado porque existe um Homem-Aranha negro, ou um Capitão América negro, ou uma Thor mulher, ou que a Miss Marvel é muçulmana, ou que Capitã Marvel é pró-feminismo, ou qualquer uma dessas coisas que os fãs de direita dizem estar “roubando sua infância” – você nunca entendeu nada disso para começar. As coisas que você afirma serem agora “puxando para a esquerda” nunca estiveram do seu lado para começar.
- Se você se considera um fã dessas coisas, mas ainda acha que a comunidade LGBTQ+ está “se exibindo demais” ou que tem um problema com o movimento Black Lives Matter, ou quer “tomar o país de volta dos imigrantes“, então você realmente não é um fã de verdade.
A cultura geek não se tornou “de esquerda” de repente… ela sempre foi. Você só cresceu para se tornar intolerante. Você se tornou o vilão das histórias que costumava amar.
Aqui no FAROFEIROS tentamos trazer informação e cultura pop com o máximo de contexto possível. Algumas coisas valem a pena, outras não, mas a cooptação da extrema direita de ícones é comum e equivocada. O distanciamento da realidade faz com que essas pessoas simplesmente ignorem o óbvio e aceitem somente o que lhes convém, no ponto de vista absurdo deles.
Veja bem, já fomos ameaçados de morte por falarmos de elfo negro, ofendidos por liberal ser contra leis justas de direitos autoras, já nos tiraram de contexto com as vendas do gibi da Thor… até fomos atacadas quando falamos que a Capitã Marvel é mais forte que o Thor!
Por isso que não paramos de falar que a cultura pop não se tornou “de esquerda”, sempre foi – apesar do capitalismo. E você?
