O quadrinho Steampunk é, infelizmente, esquecível.
A série Steampunk do desenhista Chris Bachalo (aclamado por seus trabalhos em Sandman e Morte: O Grande Momento da Vida) e do roteirista Joe Kelly não vingou. Sou fã do artista, mas sua visão nesta história não me fisgou. Na verdade, foi o pior projeto dos fundadores do estúdio Cliffhanger, second-party da Wildstorm, e olha que a iniciativa em si é de qualidade duvidosa.
Battle Chasers, de Joe Madureira, Danger Girl de Scott Campbell e Crimson de Humberto Ramos foram por água abaixo: tornaram-se apenas minisséries rasas e com vendas pouco expressivas. No momento o único que ainda está no mercado é Humerto Ramos com um novo título Out There. Fora as capas que Campbell tem feito para a mãe Marvel Comics.
A história se passa numa Londres desfigurada. Você não entendeu né, quando eu disse desfigurada quis dizer para sua imaginação misturar os Morlocks com o Homem-de-Ferro e bater BEM no liquidificador. Steampunk conta a saga de Cole Blaquesmith, acordando depois de um sono de 100 anos com uma fornalha no peito e um braço pneumático. O cientista do mal que fez isto a ele tenta dominar o mundo.
Joe Kelly até já foi considerado um bom escritor, porém com Steampunk a coisa fica um tanto quanto sinistra. Os personagens não são cativantes e a história não gera interesse.
A tão aclamada liberdade criativa que os desenhistas queriam só levou a uma conclusão: liberdade não é libertinagem. O homem-locomotiva não empolga e, infelizmente, o traço de Bachalo está quase irreconhecível… As formas ficam tão misturadas que você não identifica o que está acontecendo com facilidade.
A ideia é boa, mas a execução dela toda poderia ter sido diferente. O visual e tema obscuro poderiam ser mostrados com menos pressa e bagunça. É uma pena.