Farofeiros e farofeiras,
Continuo aqui neste antro virtual apenas observando as humanidades agindo como desumanos. As tragédias da semana passada não passaram despercebida por nós. Um dos sustos veio em uma rede social quando a página oficial de uma banda anunciou o atentado sem saber maiores informações do que acontecera. Outro foi de um amigo ligando e falando do tsunami de lama. Outros atentados ao redor do mundo, descaso governamental, intolerância religiosa, tirania e como resultado temos destruição.
Já falei aqui de como é complicado medir o sofrimento de uma pessoa, agora vamos falar da incoerência que é tentar medir uma tragédia. Vemos que o mundo está sofrendo, alguns estão sofrendo do outro lado do mundo, outros sofrem na rua de trás de sua casa. Aí pesa o que queremos ou podemos fazer, mas o que é mais correto? Ajudar quem sofre perto de você ou quem está longe? Quem sofre mais ou quem sofre menos? Qual a régua que você usa para medir o sofrimento? Você acha que perde rum ente querido nas mãos de um terrorista é pior do que perdê-lo para um monte de lama de anos de abandono governamental? A sua régua tem essa medida mesmo para saber o que dói mais?
Os seres humanos deixam esse sentimento de medir coisa sem tamanho dominar seus pensamentos e sempre pensam que o seu sofrimento é o maior do mundo e que qualquer outro é um simples machucado. Quem sofre gosta de ignorar o sofrimento alheio, ou pior ainda, fica tentando de qualquer forma agredir o outro sofredor para que o seu sofrimento seja mais sofrido. Olhe, não entendo de tragédia, não entendo o que é sofrer um ataque terrorista, não entendo o que é ter sua casa levada pela lama, não entendo, nunca sofri nada disso. Mas isso me impede de sofrer por tamanhas atrocidades?
Confesso que a mídia brasileira é uma bunda mal lavada, adora um ardil internacional para tirar o foco da tragédia local. É claro que existem complôs, é claro que existem interesses financeiros nesta tragédia, mas isso não diminui nenhuma outra. Gostaria mesmo de que os humanos começassem a usar sua humanidade para o bem, não para transformar tragédias em palanques.
Pensamento do Dia: “Se eu não fosse louco eu seria insano!” – Coringa