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Tarado por vacina

O que um tarado por vacina pode fazer por uma picadinha bem gostosa?

Era mais ou menos dezembro de 2020 quando eu, no meio de uma pandemia, não conseguia pensar em outra coisa. Podia ser no banho, na cama, na cozinha, durante o trabalho… O tempo todo eu só conseguia pensar nela: na picadinha. Sim, sou tarado por vacina.

No meio de uma quarentena maluca com altos e baixos eu só queria pode sentir aquela coisa dura, que penetra e solta líquido entrando em mim.

Bem, aí aconteceu que no Reino Unido, lá pro fim de dezembro de 2020, aplicaram a primeira picadela em uma pessoa. Eu fiquei excitado na hora. Comecei a contar os dias para a minha vez.

Deu fim de dezembro e nada. Tudo o que se ouvia pelo noticiário era um tal de “pra que a pressa?”, “Essa questão do vírus já tá indo embora”, a “população não quer a picada”.

Pois bem.

Janeiro chegou e o falatório foi imenso, parecia que nada ia acontecer e eu lá, doido e varrido, chegava a suar de tanto calor que me dava só de imaginar a ditacuja. No dia 17 do mesmo mês um milagre parecia ter ocorrido: picaram a primeira pessoa. Ahhh dona Mônica, se você soubesse a vontade e o tesão que senti só me imaginar no seu lugar.

Tarado por vacina - Capa - www.farofeiros.com.br

Mas tudo bem, logo mais – esperava eu de maneira ingênua – seria a minha vez de receber aquele líquido gostoso e viscoso que, mesmo em poucos mililitros, já me faria a pessoa mais saciada do mundo.

Aí começou o verdadeiro tormento: passou fevereiro, março, abril… O tempo correndo, eu subindo pelas paredes de casa (pois não podia sair pra nenhum outro lugar) e nada da picadela. O TESÃO que eu sentia era coisa de louco. Já nem dormia mais, tinha olheiras e uma vontade ereta de ser inoculado.

FINALMENTE junho e deram o dia que receberia a minha picadinha! AAH, como fiquei feliz. Tava longe ainda, seria em outubro mas já era algo! Marquei no calendário e dali pra frente as coisas só melhoraram. Para o bem do meu tesão a data só foi adiantada e em julho… Esse tarado por vacina não poderia ficar mais feliz e…

PIMBA!

Era finalmente o dia da picadinha! Acordei cedo, tomei um banho, dei um trato no visual, passei perfume, comi um café da manhã reforçado e fui ao encontro da minha tão sonhada fonte de satisfação! A espera durou uma hora e pouco, a queridinha era muito requisitada afinal de contas. TODOS A QUERIAM! Ainda a querem, mesmo hoje enquanto escrevo.

Tarado por vacina - Detetive Pikachu com seringa - www.farofeiros.com.br

Quando chegou a minha vez eu não conseguia ainda acreditar. Despi suavemente meu braço esquerdo e senti aquele frio refrescante de ser desnudado e pronto para a penetração. A enfermeira me mostrou o tamanho do instrumento e a devida qualidade da substância para que eu averiguasse. Era ENORME! Me tremi inteiro de vontade e até um pouco de medo, não sabia se aguentaria algo tão grande entrando em mim.

A enfermeira disse “fique parado e relaxe” eu já estava rendido. Aquele instrumento entrando mim, a sensação do líquido a me penetrar e a satisfação completa e instantânea… Só de lembrar me dá água na boca. Foi tudo muito rápido, achei que fosse durar mais mas mesmo assim eu saí do cubículo de pernas bambas e feliz. Nunca foi tão gostoso ser penetrado por algo assim antes.

Hoje, sempre que convocam eu volto para receber uma nova rodada dessa experiência. Acho que serei para sempre um tarado por vacina.

Por José Fernando

Comentarista político(?) no @CoisaBoaPodcast e farofeiro no @FarofeirosCast.

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