O Superman Brasileiro não é kryptoniano obviamente.
Figuras folclóricas o Brasil tem várias, mas as vezes a apropriação cultural vai longe demais e a vergonha alheia se aposenta. É o caso do Superman Brasileiro, o próximo candidato político à qualquer coisa no Paraná.
Graças à uma investigação do senador Jean Paul Prates (PT-RN) sobre as organizações que o tal reverendo Amilton Gomes dizia representar chegou-se ao nome de Aldebaran Von Holleben, advogado de Ponta Grossa e presidente da UNMIR (United Nations Mission of International Relations ou Missão de Relações Internacionais das Nações Unidas) que não tem nada a ver com a ONU apesar do nome (e do logo tipo).
A colocação do senador Jean Paul foi para apontar as “boas intenções” da SENAH, que estaria mediando “humanitariamente” a compra de vacinas contra o COVID-19. Esta organização do reverendo Amilton teria relações com a de Aldebaran que queria sem a ONU – mas não é. O senador chegou inclusive a indagar quanto a saúde mental deste já que ele reivindica ser o Superman Brasileiro.
Pois é.
Sincronicidade
Tudo gira em torno de uma foto QUE MEU ADVOGADO ME PROIBIU DE REPRODUZIR onde Aldebaran criança está num cabalo de carrossel usando o tênis do Superman e uniforme do Flamengo com uma caveira ao fundo. Pela descrição esperava algo macabro, algo absurdo, mas não, é só uma foto de criança num parque mesmo. Sua curiosidade não será recompensada se correr atrás dela (e eu recomendo que não corra).
A sincronicidade dessa foto se encontra com o fato de Christopher Reeve, um dos atores que interpretou o Superman nos cinemas, e ficou tetraplégico ao cair de um cavalo. A prova seria a caveira que, segundo ele, é o símbolo do renascimento (?!).
Segue trecho do processo que moveu contra a Warner Bros, mantive os erros de grafia originais em nome do conservadorismo.
Uma foto que ele tirou com um junto à um leão de brinquedo também teria sido responsável pelo campeonato mundial do Flamengo.
Sim, tudo isso em um processo só, e não é só…
O processo não andou graças à juíza Erika Watanabe que concluiu o seguinte:
Mas acha que a saga do kryptoniano tupiniquim acabou aqui? Está muuuuuuuito enganado.
Para o baixo e avante
O não-Superman Brasileiro, advogado e presidente de uma organização bem suspeita também é escritor e desejou produzir um gibi com sua história! De sua autoria estão títulos sobre “literatura rock”, “registros históricos” e até “teologia e política” para tentar fazer com que o Apocalipse bíblico não ocorra aparentemente. Não, não li nada, estou julgando estes “livros” pela capa mesmo.
Seu gibi, que contrataria uma roterista, para utilizar seu “material para documentário sobre a solução da maldição de superman”. Ainda diz acreditar estar diante de um grande sucesso comercial. Risos.
Figuras caricatas existem em todos os lugares em todas as culturas, porém ocupar o sistema judiciário e querer alavancar-se midiaticamente com absurdos deste tipo são claros sinais que há mais problemas do que podemos ver. A participação da SENAH com a UNMIR é um exemplo disso, apesar do reverendo Amilton dizer que não era por conta do dinheiro é bem difícil de acreditar em uma organização parceira do Superman Brasileiro que conquistou um título mundial para o Flamengo… Zack Snyder deve ter ficado com inveja da trama.
Uma resposta em “Superman Brasileiro”
[…] problema quando se quer falar de kryptonita. Sabe como é, o blog é de cultura pop (as vezes) e o Superman é mais pop que o Papa. Obviamente surgiriam dúvidas assim, como […]