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Superman #1 é vendido por US$ 9 milhões

Superman #1 é vendido por US$ 9 milhões e agora você pode chamar sua coleção de gibis de investimento.

Imagine-se vasculhando caixas mofadas dos seus gibis. De repente, encontra uma revistinha velha, de 1939. Você nem sabe do que se trata, mas está bem conservado e resolve vender aquela velharia… E do nada uma Superman #1 é vendido por US$ 9 milhões e você fica rico.

Em 2011 noticiamos a venda do quadrinho que mostra a primeira aparição de Kal El, Action Comics #1, por pouco mais de US$ 2 milhões. Hoje a edição de Superman #1 alcançou a marca do gibi mais caro já vendido no dia 20 de Novembro de 2025.

A nota do The Hollywood Reporter afirma que a condição de conservação do exemplar vendido é praticamente impossível para algo de quase 100 anos. O CGC Universal Grade deu uma espetacular nota 9.0, isto seria motivo suficiente para o valor astronômico da venda da HQ.

Superman #1 é vendido por US$ 9 milhões - blog FAROFEIROS - CGC GRADE

Mas será que isso é mesmo sobre amor aos quadrinhos? Transformar cultura pop em commodity está na moda mesmo, transformando a origem de Kal-El em mais um ativo financeiro para gente com dinheiro sobrando… Não que a DC Time Warner HBO Discovery (ou seja lá o nome da empresa agora) pense diferente disso.

Interessante apontar é que a maioria dos quadrinhos supervalorizados hoje eram considerados lixo descartável na época. Alguns custavam centavos de dólar na época da sua publicação, eram impressos em papel barato e os pais jogavam fora por ser uma bobagem.

Hoje, encontrar um exemplar escondido entre jornais velhos é o sonho de quem caça quadrinhos antigos e o pesadelo de quem jogou fora caixas e mais caixas de gibis nos anos 80. É por isso que toda hora as editoras lançam um novo #1 do seu herói favorito.

George Pérez - Superman #1 - New 52 - Novos 52 - www.farofeiros.com.br

Jerry Siegel e Joe Shuster venderam os direitos do Superman por US$ 130 (aliás, venderam até o cheque que e comprou o personagem por US$ 160.000 em 2012) e passaram décadas brigando por reconhecimento. Mas importa é o mercado de especulação celebrando papel velho enquanto criadores morrem – literalmente – na miséria.

Mas pelo menos alguém pagou 9 milhões por um gibi, certo?

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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