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Ruinzinho

Farofeiros e farofeiras,

Estou ruinzinho, não do jeito ruim de maldade e nem de maneira permanente mas daquele jeito em quem lentamente sua vida deixa cada molécula do seu corpo até o inevitável fim de qualquer esperança de que essa gripe melhore.

A morte, unica e real saída dessa dor eterna que já dura dois dias está me matando de forma agonizante para no fim me abraçar em meu sepulcro eterno onde meu nariz nunca deixará de escorrer. É de pouca delicadeza falar tão intimamente assim da morte já que a mesma me cerca como uma amante certa de que meu destino será, enfim, ao seu lado. Gelado. Imóvel. Sem vida.

Acredito piamente que estar ruinzinho desta forma só pode ser um sinal de que o inferno me espera e os demônios já estão comemorando a minha gripe fatal. Cada inspiração traz um terrível sentimento de último e por fim um espirro que retira até o cérebro do lugar para lhe proporcionar um fim dos piores. Um final ruinzinho. Se fosse um final bonzinho seria uma gripe que viria e me mataria sem eu ver, mas não tem que ser uma gripe que me debilita, deixa na cama sem vontade de viver, com o nariz vazando, pálpebras pesadas e ausência total de sono independente da quantidade de remédios que causam sono que eu tenha tomado.

Estou provisoriamente ruinzinho mas acredito que em breve estarei mortinho.

Mas tudo pode piorar, a gripe pode detonar minha garganta ou piorar a sinusite apenas por diversão e piorar todo o mal estar que sinto e toda a agonizante dor. Acreditar na morte neste caso é apenas acreditar que de um jeito ou de outro existirá redenção de tal sofrimento.

Gripe, te odeio.

Pensamento do Dia:A sociedade precisa começar a aceitar roupas sem passar.” – Por @pqpvoces

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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