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Propaganda de Guerra – Da imprensa tradicional ao WhatsApp

A propaganda de guerra existe desde que as guerras surgiram. Manipular informações, criar inimigos simbólicos e mobilizar a opinião pública são práticas tão antigas quanto os próprios conflitos armados.

É claro que esse fenômeno ganhou força principalmente durante a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais. Foi nesse período que governos passaram a investir pesado em peças de comunicação para alimentar o “espírito patriótico” e desumanizar o que tratam como inimigo.

Com o passar das décadas, o avanço das tecnologias de informação só ampliou o alcance e o impacto dessas campanhas. Do rádio à televisão, dos jornais impressos à internet, a propaganda de guerra se moldou aos meios de cada época.

O efeito das redes sociais

Hoje, com as redes sociais, espalhar propaganda de guerra e disseminar desinformação sobre o “inimigo” ficou ainda mais fácil e rápido.

Vale tudo:

  • Perfis de autoridades;
  • Notas oficiais para a imprensa;
  • Disparos massivos de mensagens por aplicativos;
  • E, mais recentemente, o uso de inteligência artificial para criar conteúdos falsos com aparência de verdade.

A realidade é muitas vezes distorcida ou simplesmente inventada para que a história seja contada sob um viés específico. Isso acontece o tempo todo, em diferentes cantos do mundo e nas mais variadas coberturas jornalísticas.

Melhor o declaratório do que a mentira empacotada

Nem sempre a imprensa consegue se proteger desse jogo. Às vezes, embarca na propaganda de guerra por motivos diversos:

  • Por ideologia;
  • Por interesses econômicos;
  • Ou por puro ódio ao “outro lado”.

Outras vezes, para evitar danos maiores, a solução encontrada é o chamado jornalismo declaratório, aquele que se limita a relatar o que os envolvidos estão dizendo, sem assumir como verdade o que é impossível de verificar com independência.

Pode até parecer pouco, mas, diante de uma enxurrada de narrativas distorcidas, o jornalismo declaratório é muitas vezes o que resta como barreira mínima contra a desinformação.

Porque pior que um jornalismo declaratório, é aquele que enfia propaganda de guerra com farinha pela nossa goela abaixo.

Por Paola Costa

Professora, podcaster e palpiteira. Só falo de temas aleatórios, não reparem a bagunça (ou reparem).

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