Nossa crítica da primeira temporada da série de Sandman da Netflix é uma obra de arte. Sem spoilers!
Morpheus, o Lorde Moldador, é uma das minhas leituras favoritas de todos os tempos. O mundo aclama os quadrinhos escritos por Neil Gaiman como uma das grandes obras não só dos gibis, mas como literatura. E há diversos motivos para tanto, mas, dito isto, é importante dizer que a primeira temporada da série de Sandman é uma das melhores que já vi.
Sabe aquela conversa de que algo sempre é perdido quando uma obra é transportada para outra mídia algo se perde? Bem, com Sandman da Netflix tal perda – se ela realmente existe – é quase nula, tanto que ouso dizer que esta é a melhor adaptação que já vi também. E posso dizer isso tranquilamente entre belas maldições e até deuses americanos… aham.
O motivo para tantos elogios aqui é pela originalidade da história e, principalmente, a profundidade de tudo. Nenhum arco, nenhuma fala, absolutamente nada o que acontece é por acaso tudo que vemos trás – ou trará – consequências.
E mesmo lendo e relendo a mesma história por anos, mesmo sabendo de tudo o que acontece, me emocionei, ri e me assustei com tudo basicamente. Ver com os olhos de outra pessoa a adaptação é algo muito interessante, em minha mente já criei o live action de Sandman. Sempre soube que não poderia ser um filme apenas e que talvez não houvesse público suficiente para uma trilogia que não fosse de aventura com piadinhas. Reclamo disso, mas sou um ávido consumidor do gênero – por isso posso criticar com autoridade.
Minha versão era muito mais exagerada do que vemos, talvez visualmente não fosse atrair um público que nunca leu os gibis. Pois a arte sofre novamente com aquele vilão carniceiro e ceifador de tudo que é realmente bom: o capitalismo.
A caracterização do sonhar, dos personagens e do mundo na primeira temporada da série de Sandman é perfeita. Não há outra palavra, chorem haters, podem fazer mimimi onde quiser. O elenco é primoroso de uma maneira assustadora, chega a ser assustadora como todos representam perfeitamente os personagens. Aliás, aproveito o momento para clamar, talvez implorar por uma série de Morte: O Grande Momento da Vida protagonizada por Kirby Howell-Baptiste. Não sabia que precisava disso, mas agora sei que necessito!
Confesso, porém, que odeio John Dee dos quadrinhos do fundo do meu coração, mas o da série fez tão bem o trabalho que talvez eu o odeie mais ainda agora. O ator David Thewlis é o culpado disso de uma maneira bela. Em compensação não há como não me apegar à Vivienne Acheampong como Lucienne ou me empolgar com Ferdinand Kingsley como Hob Gadling. É como ver o rosto de velhos amigos novamente, só que pela primeira vez.
Queria ter visto a série sem saber o nome do filho de Lyta Hall, sem saber dos planos de Lúcifer. Talvez meu problema seja saber de toda a história e saber como ela vai acabar.
Uma amiga em uma rede social pediu uma nota à série, dei 9,9 por apenas não ter gostado do gancho – ou como ele foi feito – para a(s) próxima(s) temporada(s). Só isso. Este é o defeito que vi… E que brotem novos sonhadores.
Mal posso esperar pelo novo filme dos Vingadores mostrando como Sandman entra para a equipe.