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O que estou fazendo aqui?

Não sei o que estou fazendo aqui. Sério.

Farofeiros, farofeiras e farofeires, não sei o que estou fazendo aqui neste planeta e/ou nesta dimensão. Falar que não me encaixo na sociedade pode parecer piegas – e até simplista demais – mas é o que sinto. Não é só no elevador do prédio, nem na beira da piscina do clube, é literalmente em todo lugar.

De fato, o único lugar que fico a vontade é em casa, na frente do computador. E mesmo assim depende do lugar. O grupo de Zap do prédio é um lugar que deixei de frequentar faz anos. Grupos de amigos também não comento na frequência considerada socialmente aceita. Tem o grupo de apoiadores do FAROFEIROS que tento atuar com frequência.

Não sei se é normal sentir os níveis de rejeição e frustração que sinto, aí prefiro me afastar para simplesmente não explodir. Ter paciência é algo que a sociedade exige de todos, mas não tenho sangue de barata. As pessoas que convivem comigo já sabem o que podem e o que não podem falar comigo. É comum a raiva dominar, porém é difícil perder a cabeça ultimamente, melhorei muito nos últimos anos.

E mesmo assim contínuo aqui, na frente do computador e, por mais que eu saiba que você irá ler este texto, o escrevo sozinho. Tela branca, letras pretas, teclado, mouse pad tapetão gamer raspando nos pulsos e a cortina batendo no gabinete do computador (que está segurando as pontas por enquanto). Isso nem retorno financeiro me dá e continuo aqui, me expondo.

O que estou fazendo aqui - O Show de Truman - 2 - BLOG FAROFEIROS

Do meu lado esquerdo tem uma pilha de desenhos inacabados – não me lembro quando foi a última vez que mexi neles. Carnê do IPTU, um caderno de textos jogados, outro em branco esperando para se tornar meu livro (provavelmente ilustrado e escrito manualmente). Na minha frente papéis do que não poderia esquecer, mas que tenho empurrado com a barriga.

Me aturar no dia a dia não deve ser fácil também. Não tenho problemas em admitir isso, mas também confesso que normalmente as coisas se resolvem de maneira simples. Sim, estou me elogiando, falando que minha complexidade não afeta diretamente meus relacionamentos.

Confesso também que a mudança de personagem para pessoa não mudou minha rotina de escrita. Sim, já escrevi este blog sozinho interpretando três pessoas que brigavam entre si. Era divertido, mas as pessoas não sabiam que eu fazia tudo. Hoje tenho ajuda na produção de conteúdo, mas algumas coisas ainda faço sozinho.

Na real queria poder apenas criar e comentar que queria um vídeo assim ou assado. Na verdade, tenho que fazer um pouco de tudo e ainda pensar em métricas e fazer postagens em mais de 10 redes sociais diferentes para que os algoritmos não mostrem o que eu ou meus amigos fazemos no FAROFEIROS. Obrigado redes sociais.

Vivemos numa época que sucesso não depende de qualidade, depende de algoritmos. Isso meio que acalenta meu coração dizendo que não faço conteúdo ruim, só o mundo que não descobriu ainda o endereço do meu blog. Ou do canal do YouTube. Ou das redes socias.

É bicho, é um inferno querer que algo que você faz dê certo se o universo (cibernético) só quer impulsionamento pago para isso. Sei lá o que tô fazendo aqui, talvez amanhã eu descubra.

Pensamento do Dia

O que estou fazendo aqui - O Show de Truman - EU ENTENDO EU SOU UM PERSONAGEM MUITO PERIGOSO - BLOG FAROFEIROS

Talvez por isso a onda de desorganização em massa tenha me afogado.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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