Qual o preço da verdade? Será que o mercado se importa com essa cotação?
Farofeiros, farofeires e farofeiras, quando se lida com notícias é inevitável – como em qualquer empresa – que surjam custos. Grandes empresas de mídias, com suas estruturas gigantescas e seu poder também pagam por isso. É aí que entra o financiamento, empresas pagam por espaços, matérias pagas e anúncios, cada um com sua ética, ou a falta dela.
Há um tipo de monetização que virou moda e foi crucial para o crescimento de mídias independentes, de direita e de esquerda. Neste modelo o leitor só tem acesso à notícia se pagar por ela. Não há como ler o jornal do vizinho, não tem como ler na banca de jornal, mas se eu entrar no grupo de Whatsapp da família há alguém mandando uma notícia de um site pouco conhecido falando a verdade (ou o que eles consideram a verdade).
Quantas vezes você já ouviu o termo “informação é poder”? Hoje a informação vive apenas em função do lucro, do click bait, do engajamento “de milhões”. Quanto custa então ficar bem informado? Quanto custa a descoberta que seu médico havia prescrito medicação ineficaz contra a COVID-19? Enquanto o leitor possivelmente pode colocar um peso – e até um preço – no conhecimento é importante discutir a ética do veículo de comunicação que monetiza a verdade.
Mas ainda é preciso utilizar a tática Notícias Populares (lembra?) para chocar o leitor e fazê-lo engajar com o conteúdo. Grandes jornais e alguns perfis de redes sociais preferem a falta de ética do que noticiar um assassinato da maneira correta. Preservar vítimas deveria ser algo comum, mas ainda vemos mulheres que sofreram violência recebendo destaque que o violentador deveria receber.
Não há uma solução simples, porém, quando o público é privado da informação por um pay wall fica claro que o objetivo deixou de ser divulgar informações importantes e começou a ser apenas ganhar dinheiro.
A extrema direita hoje ainda consegue patrocínios corriqueiros, cedendo espaço para anunciantes, mas boa parte deles usa a ferramenta de propagandas do Google. Não me lembro neste momento de um veículo ligado à essa ideologia diretamente que tenha pay wall.
A imprensa – de modo geral – precisa entender que existem coisas mais importantes que ego e dinheiro. Talvez se o leitor entender isso ajudaria. Enfim, uma utopia assim não ocorrerá tão cedo e, enquanto isso você deve procurar o veículo que defende seus interesses e lembre-se: não existe imparcialidade. Mas isso é assunto para outra hora.
É perigoso confundir falar sem pensar com falar a verdade. Não acha?
Pensamento do Dia
Teve 100 dias de Governo Lula e ainda ninguém me ensinou como socar alguém ela tela do celular.