Veja detalhes da nova aposta da Valve, o novo Steam Machine.
A Valve é certamente uma das empresas que admiro. Apesar de ser mais uma navalha do capitalismo é indiscutível que seus produtos, principalmente a loja Steam, popularizaram e democratizaram games para milhões de pessoas no mundo todo com diversas configurações de PCs. Mas hoje a empresa de Gabe Newell dá um novo passo em direção ao futuro com o novo Steam Machine.
No longínquo ano de 2013 a Valve apresentou a primeira versão do Steam Machine que, apesar de impressionante para a época, era excessivamente caro. Algumas funcionalidades do console na época como transformar o aparelho em um servidor e o “rastreador de olhar” não são funcionalidades comuns hoje em dia. Na época outra preocupação da Valve era permitir que o console rodasse Windows.
Bem, esqueça tudo isso.
No momento não foram divulgados preços, mas pelas configurações podemos perceber que o foco agora é outro: acessibilidade.

O que é o novo Steam Machine?
Não é o GameCube sem alça. É algo novo.
A experiência que a Valve obteve no decorrer dos anos produzindo o Steam Deck e coletando dados assertivos dos jogadores de sua plataforma são as principais armas do novo Steam Machine. Mas com uma visão crítica podemos afirmar que o console é praticamente um mini PC não-tão-mini.
Apesar do seu formato compacto, ele é notavelmente maior do que um mini PC, e uma dos motivos é seu robusto sistema de resfriamento – contando ainda com uma fonte de alimentação embutida. Com isso espera-se que games mais pesados rodem sem forçar aumento na temperatura nem do consumo de energia. A promessa é que games rodem em 4k e 60 QPS (com FSR) com um processador gráfico AMD dedicado. A Valve ainda afirma que o console tem seis vezes a potência de um Steam Deck.
Mas o principal é certamente a parte de software, o sistema SteamOS que é projetado para oferecer uma experiência melhorada em jogos sem comprometer o poder e a flexibilidade do hardware. Assim como o Steam Deck, os jogos receberão o selo de Steam Machine Verified, mostrando que o desenvolvedor se preocupou com a acessibilidade para a plataforma.
E sim, você poderá trabalhar na sua Steam Machine.
O armazenamento conta com SSD, mas também é possível usar cartões microSD. São dois tipos de memórias utilizadas, 16 GB DDR5 e mais 8 GB GDDR6 de VRAM. Essas informações deixam claro que, diferente do Steam Deck, o upgrade do sistema poderá ser feito de maneira mais simples e – dependendo da sua habilidade – pelo próprio usuário.
Tudo isso comandado por um sistema operacional leve e, o melhor de tudo, baseado em Linux. Isso significa que seu PC e até seu Xbox (com alguns ajustes) pode rodar o sistema da Valve.
O Steam Controller – até sua versão anterior – é um dispositivo ímpar por se preocupar com o rastreamento dos dedos como se fosse um mouse. Tal função opera nativamente, sem a necessidade de um software específico para operação do controle no seu PC. O Steam Frame me surpreendeu pelo tamanho, como já mencionei, sou avesso à realidade virtual. Nada na plataforma me agrada ou chama a atenção, mas este sou eu.
Consegue imaginar todos estes sistema operando em uníssono na sala da sua casa? Abaixo você confere a cobertura do Giant Bomb da apresentação dos novos produtos (não é só o VR).
Quanto vai custar?
Com lançamento prometido para o início de 2026 a Valve foi malvada e não anunciou valores dos novos produtos. A maioria dos componentes são de mercado, mas processadores – por exemplo – são personalizados, o que dificulta traçar um parâmetro.
Já mencionamos por aqui o quanto está difícil ser gamer hoje em dia, megacorporações não ajudam nem nisso… Mas aqui acredito que entre mais um ponto para a Valve com referência à acessibilidade. As configurações de seus aparelhos estão longe de serem as de melhor performance no mercado, na verdade são máquinas simples que contam com um bom desempenho. E isto é o suficiente para a maioria das pessoas no mundo sentar na sua sala e poder jogar um jogo na TV.
O processador AMD do console é personalizado, feito especialmente para o aparelho da Valve, mas podemos compará-lo à um Beelink AMD Ryzen 7, 16 GB DDR4 com 500GB SSD, que custa neste momento, cerca de R$ 2.738,00 no Brasil. E, confesso, este seria um bom preço para um console, já que o PS5 custa de R$ 3.500,00, o Xbox Series S custa R$ 3.345,00 e o “simplório” Switch 2 custa R$ 4.200,00 no Brasil.
Para se falar de controles é complicado por se tratar de gosto individual – além dos valores absurdos de cada modelo. Controles modernos tem valores médios diversos: o DualSense, o controle do PS5, custa R$ 386,88, enquanto o de Xbox custa R$ 370,00, o Nintendo Swtch 2 Pro Controller custa R$ 738,00. A 8Bitdo, famosa produtora de periféricos, tem modelos de R$ 190,00 até R$ 529,00.
Quanto ao headset de VR a situação já é outra… Uma brincadeira extremamente cara e com poucas opções. O PlayStation VR2 custa cerca de R$ 3.250,00 enquanto o Meta Quest 3S custa R$ 2.350,00… Ninguém tem o Apple Vision para isso, não é?
Se a Valve quiser ser acessível, não só no Brasil, terá que enfrentar esses preços e chutá-los com força.

O novo Steam Machine vai ser lançado no Brasil?
Eis uma questão que assola brasileiros há anos: a ausência de suporte oficial para venda e assistência para seus produtos físicos. Existem páginas em português brasileiro para todos seus produtos – incluindo o novo console – mas nenhum deles é vendido oficialmente, nem por meio de representante.
Não soube de nenhum veículo de imprensa brasileira que foi convidado para a apresentação dos novos produtos, com isso fica difícil ser otimista com um lançamento oficial – mesmo que tardio – no Brasil.
O caminho continuará o mesmo, marketplaces vendendo produtos da Steam com altos valores e sem garantia alguma. Mesmo com taxas, mesmo com atravessadores o Steam Deck é um produto que vale a pena (com valores a partir de R$ 3.700,00), visto um Rog Ally é bem mais caro (R$ 5.950,00).
E não, o Zeenix não conta.
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Especificações técnicas do novo Steam Machine*
Abaixo você confere as especificações técnicas do novo Steam Machine divulgados pela Valve. Por enquanto não se acredita em mudanças drásticas em seus modelos.

Processador (CPU)
AMD, arquitetura Zen 4, 6 núcleos e 12 threads, semipersonalizado. Até 4,8 GHz, com potência térmica de 30 W.
Processador gráfico (GPU)
AMD, 28 unidades de computação de arquitetura RDNA3, semipersonalizado. Frequência máxima estável de 2,45 GHz, potência térmica de 110 W
Memória
16 GB de RAM DDR5 + 8 GB de VRAM GDDR6.
Energia
Fonte de alimentação interna, alimentação CA bivolt (110 a 240 V).
Armazenamento
Dois modelos de Steam Machine:
- SSD NVMe de 512 GB
- SSD NVMe de 2 TB
Ambos os modelos incluem uma entrada de cartão microSD de alta velocidade.
Wi-Fi
Wi-Fi 6E 2×2.
Bluetooth
Antena dedicada para conexões Bluetooth 5.3.
Steam Controller
Adaptador sem fio de 2,4 GHz do Steam Controller integrado.
Exibição
DisplayPort 1.4
- Até 4K a 240 Hz ou 8K a 60 Hz.
- Compatível com HDR, FreeSync e encadeamento em série (daisy-chain).
HDMI 2.0
- Até 4K a 120 Hz.
- Compatível com HDR, FreeSync e CEC.
USB
Duas portas USB-A 3.2 Gen 1 na parte frontal.
Duas portas USB-A 2.0 de alta velocidade na parte traseira.
Uma porta USB-C 3.2 Gen 2 na parte traseira.
Rede
Porta Gigabit Ethernet.
Barra de LEDs
17 LEDs RGB individualmente endereçáveis para indicação do estado do sistema e personalização.
Tamanho
156 mm x 152 mm (148 mm sem a base) x 162,4 mm (L x A x P).
Peso
2,6 kg.
Sistema operacional
SteamOS 3 (baseado no Arch Linux).
Área de trabalho
*algumas especificações sujeitas a alterações antes da disponibilidade
