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O meu Dia do Rock

Fazia muito tempo que eu não comemorava devidamente o Dia do Rock… nesse ano arrumei desculpas, gente e uma história bem planejada em minha mente malévola… só acontece que deu tudo errado… eu disse TUDO… e, para piorar tudo de uma vez só eu sou daquelas pessoas que pela ansiedade acaba planejando e/ou imaginando cada passo tomado.

Depois da rotineira fisioterapia, acupuntura, massagem etc, ou como chamo carinhosamente: TORTURA, o meu dia começou bem com Shout – Tears For Fears, crássico! Por volta das 10hs da manhã eu já tive que preparar meu bat-cinto de utilidades… é que acabei arrumando uma carona doida ao som de X.Y.U. – Smashing Pumpkins. Um amigo chegaria de avião, pegaria um carro e viria me buscar… até aí beleza né? Pois ele chegou (+-) no horário combinado e fomos para São Paulo, cruzar duas marginais fedidas e entupidas de carro. Nosso destino era a faculdade do rapaz… ele precisava estar lá por volta das 17hs. Sim, você leu certo… eu teria que ficar brincando de amarelinha das 17hs até às 23hs por conta dos estudos de minha carona ao som de Would – Alice In Chains.

Foi nessa hora que lembrei que esqueci do bat-cinto de utilidades… sem livro… sem smartphone, sem tablet… ah, levei meu caderninho de anotações! Era a única “brincadeira” que eu teria acesso em SEIS horas de espera onde poderia estar escutando Stereotypes – Blur

O mala foi fazer o trabalho e eu comecei a contar pisos… depois as bolinhas de cada piso… e cheguei a conclusão que são muitas bolinhas no piso… Havia uma fonte infernal lá também… só de ouvir (ou lembrar) do barulho me dava vontade de ir ao banheiro. Olho no relógio e são 18hs ainda, a aula do cabra nem tinha começado… FUUUUUUUUUUUUUUUU Epic – Faith No More… Quando a aula começou eu saquei meu caderninho e comecei a desenhar… escrevi umas palavras em asgardiano que pretendo tatuar nos braços… me desenhei desenhando algo em um banco enorme, gélido e vazio… perfeito para uma música otimista como Optimistic – Radiohead.

A única música disponível no momento era meu toque de celular, que tocou pouco e mesmo assim… é… hm… não dá para falar que o tema musical de Charlie Brown é rock por que… bem… não é rock… Charlie Brown – Coldplay é rock… mas é por pouco! Mas poderia ser ou algo do tipo. Houve um grande hiato mental descobrir que “hiato” se escreve com “H“… Descobri também que minha bengala chama muito a atenção e fiquei, sinceramente, com vergonha… ou com a timidez mais aflorada que o normal, ou se álcool o suficiente para me deixar sociável.

Hora do recreio das crianças ao som de Black Hole Sun – Soundgarden… não sei por que é sempre assim, mas não importa a idade, o povo chega mais cedo ou fica dentro da sala na hora do recreio para copiar a lição de casa. São nomes diferentes para a mesma coisa… essas crianças que nunca crescem viu… aham… Faltava pouco… decidi dar uma caminhada e percebi algo impressionante: no prédio em que eu estava haviam vários banheiros, mas o tamanho dos sanitários masculinos é bem maior que os femininos… falta mulher em exatas hein??? Cacilda… meio brochante você estudar lá e perceber isso… ainda bem que eu sou visita. É por isso que lembrei de Rock Rockets – Por Um Rock´n Roll Mais Alcoólatra e Inconsequente.

Outra coisa que percebi é que as tremedeira que tenho são bem estranhas, as vezes me impedem de desenhar, mas para a minha surpresa minha mão está com uma firmeza impressionante… conseguir fazer linhas retas e corretas é difícil para qualquer um que desenha, eu fiz isso com tremedeira, mini caneta e um caderninho meu amigo. SOU FODA. Olha só! Não é que passou rápido? Mentira… mas finalmente, quase no fim do dia 13 vou conseguir comemora-lo ao som de I´ve Got A Feelong – Beatles!!! Antes uma breve pausa para um agradecimento especial para minhas babás… sempre que quiserem haverá uma Delirium para degustarmos!!! Prometo que cantarei menos.

Chegar ao local da festa rock´n roll não foi difícil! YES! Finalmente vamos… err… que fila é essa? Encontramos uma amiga na fila que até perguntou se não queríamos furar a fila mas… de onde saiu tanta gente? A fila ia de ponta a ponta do quarteirão… e para piorar (ou não) a Prefeitura de São Paulo deu fim nos wallets… ou seja, lugar para estacionar só na rua ou em algum buraco mesmo… Não achamos lugar para parar próximo. Depois de quase uma hora procurando até achamos um lugarzinho bacana, mas seria uma maratona para mim: longe, frio e sem a certeza de que conseguiríamos entrar. Um casal de amigos uniriam-se a nós… final tivemos que tomar cerveja e comer uma pinhaca na chapa bem longe da comemoração ao rock´n roll. Triste isso. Ficamos putos ao som de New Fang – Them Crooked Vultures.

Ano que vem vou em algum bar menos tradicional para gritar pelo capeta e todas as coisas demoníacas que roqueiros fazem… e para completar fiquei com Dog Days Are Over – Florence + The Machine na cabeça! E nem rock é, mas poderia ser… faltou pouco…

Dia do Rock… juro que ano que vem te pego… nem que seja na porrada!

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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