Categorias
Colunas

Medalha, medalha, melhada, melada?

Farofeiros e farofeiras,

Notoriamente sou dotado de tamanha sabedoria que é inquinável quando digo que a razão sempre pesa a meu lado, não é por fator genético ou sisma de carma, é um fato de tamanha força que entra em embate com a gravidade universal. Simples assim.

Os seres viventes hoje, independente do grau de consciência, querem reconhecimento, festa e prêmios por sobreviver ou viver sua vida repugnante de uma maneira repugnante, tudo se justificando pela vontade de ter a atenção alheia. Tal atenção, atrelada a vaidade de curtidas de fotos em redes sociais, valem como medalhas, cada clique como se fosse uma medalha deprimente de primeiro lugar à própria insensatez e mesquinheza que aflora no solstício do final de fevereiro de anos pares.

A humanidade é a doutrinadora desse sistema medíocre que valoriza o sofrimento, a dor, a ausência e a deficiência. Sem contar que é notório que educadores tentam hoje amenizar a perda, o segundo lugar, como se em uma entrevista de emprego o segundo colocado ficasse com um brinde no lugar do emprego, não sei com explicam isso para uma toupeira, mas o segundo lugar não ganha nada neste caso. A vida não é bela, mas nem por isso precisamos viver sem coisas belas, não é por vermos feiura o dia todo que não devemos valorizar o que é linda, gostosa e usa Channel nº 5.

Isto poderia ser uma nota de pesar sobre o atual estado da civilização contemporânea em diversos aspectos, mas prefiro deixar como puxão de orelha que deflagará uma napalm em seu útero fazendo com que você finalmente se libere para o cara que, pelo mais adversos motivos mundanos, deveria ser o pai de todos os seus treze filhos. Apesar do absurdo o fulano ficaria muito feliz em faze-los e cria-los, indague-o, verás que falo apenas verdadeiras verdades modernas, mas sem ser hippie condecorado com medalha.

É um pensamento mais evoluído que o hippie, é um pensamento quase robótico e utópico que quer geral o bem coletivo sem ser comunista, mas que também deveria condicionar ecologicamente algumas questões sociais e, principalmente, as que visão o consumismo pela doença da compra pelo desejo, não pela necessidade. Não sou contra o luxo, de forma alguma, sou contra destruir cinquenta árvores para conseguir cinquenta miligramas de uma seiva parar produzir um perfume que persiste no pensamento de quem cheira por apenas dois segundos.

Não é raro se esquecer um cheiro, mas faz sentido um pensamento desses. Mereço uma medalha.

Pensamento do Dia

Foda-se aquele corno que chamo de marido.

Toda a beleza de um casamento em uma frase, amor de verdade.

Envie seu Pensamento.

[wpforms id=”41827″]

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *