Vamos lá, me pergunte sobre minha agenda feminista. Não, minha agenda não é feminina, é feminista.
Não compro quadrinhos faz tempo, acompanho o que o Rockerz publica por aqui mas sou seleto no que compro. E o caso desta tradução covarde da Panini é um bom exemplo dos motivos de não comprar quadrinhos desta marca.
O conservadorismo babaca chegou no Homem Aranha onde “Ask me about my feminist agenda” deveria ser traduzido para “Me pergunte sobre minha agenda feminista”. Mas algum editor com medinho resolveu TROCAR o termo para feminina.
Juro que estava com um outro texto pronto quando me alertaram quando deste caso. No Twitter colocaram a versão americana e a brasileira lado a lado.
O nerd bazingueiro é uma instituição que parou no tempo. Provavelmente deve ser fã de Rob Liefeld e deve se ofender com a Thor. Com certeza deve se cagar de medo da Mulher Maravilha e Capitã Marvel.
Esse tipo de autocensura me lembrou como os quadrinhos eram censurados na Itália durante o regime fascista. Durante essa época era preciso exaltar o heroísmo, o patriotismo e a superioridade da raça (sic) italiana.
Não precisamos que a Panini censure o “Me pergunte sobre minha agenda feminista”, já temos velhos babões machistas o suficiente pelo Brasil.
Isso por que nem falamos de Comicsgate por aqui apenas por que no Nebulla tem um artigo excelente sobre o assunto.
Representatividade é importante e a Marvel Comics é o melhor exemplo disso. Mas pelo visto a Panini não concorda muito com isso.
Por aqui compramos quadrinhos nacionais muito raramente. O americano chega em qualidade melhor e em preço parecido (às vezes). Pelo menos você paga por algo que valoriza o ser humano e não uma hipocrisia conservadora.
Neste artigo em inglês do Medium você confere a história original da camiseta do Homem Aranha.
Pensamento do Dia
“Eu odeio homens que têm medo da força das mulheres.”
Anaïs Nin – Henry e June: diários não expurgados de Anaïs Nin? ?1931-1932
E não se esqueça, você não está sozinho e unidos venceremos. Afinal, não podemos perder.