Peter David acertou a mão em Maestro #1!
Com a alta do dólar e a crise que não para de afundar todo tive que reduzir muito, mas muito mesmo a quantidade de quadrinhos norte americanos que compro em um mês. Quero continuar com o Outra Semana nos Quadrinhos mas do jeito que tá é difícil, talvez mude o nome para Outro Mês nos Quadrinhos. Mesmo assim, falando bem sério agora, devo dar o braço a torcer e avisar para os quatro ventos que Maestro #1 foi algo bem mais divertido do que esperava ver.
Nunca achei que Peter David traria uma história ruim para o personagem, mas acredito que ele não só jogou uma nova luz sobre este futuro imperfeito do Hulk como também elevou a qualidade da brincadeira. Em um texto extremamente atual conseguiu fazer um personagem clássico ter uma origem moderna.
A seguir trarei spoilers de Maestro #1, lançado nos EUA pela Marvel Comics dia 19 de Agosto de 2020. A história mostra a origem de Maestro, o Hulk vilanesco de um futuro distópico (ou nem tanto) da história Futuro Imperfeito, também escrita por Peter David em 1992.
Logo de cara vemos Hulk em um futuro perfeito, casado com a Betty e com filhos. Lutando ao lado dos Vingadores para garantir um mundo melhor, o que poderia dar errado?
Hulk comenta que seus problemas com diversas personalidades emergindo são na verdade uma consequência de uma desordem dissociativa da identidade. Mas esses dias ficaram para trás, Bruce se sente melhor pois as personalidades teriam se fundido e essa emaranhado estaria no controle. Para quem leu Futuro Imperfeito uma boa dica do que está por vir é dada nessa fala, afinal faz todo o sentido do mundo vermos que Maestro é um aglomerado de Hulks.
Mas esse mundo perfeito não existe e não passa de uma simulação para mantê-lo calmo e aprisionado pela IMA, organização liderada por um envelhecido MODOK. Aparentemente todos morreram, e quando digo todos são todos mesmo: Betty, Rick Jones e cerca de 60% da população mundial. Mas quem seria capaz de tamanha violência contra a humanidade?
Isso mesmo, a própria humanidade.
Naquele mundo a Terceira Guerra Mundial ocorreu e devastou o planeta. Impulsionados por ataques terroristas Estados Unidos e Rússia foram convencidos que deveriam atacar um ao outro. Os governantes acharam que seria uma boa ideia lançarem bombas atômicas uns nos outros e o resultado foi um sucesso aparentemente.
Anos depois um grupo chamado Foice Sombria resolveu que o tempo da raça humana na Terra havia acabado. Então em pontos estratégicos, enquanto o mundo ainda se recuperava do resquício de radiação eles atacaram.
O roteiro de Peter David além de caçoar da calmaria que a Viúva Negra dá ao Hulk nos filmes dos Vingadores, mas também cutuca temas bem mais delicados. Como o motivo dos super heróis não terem parado um desastre como o de Chernobyl, nem a queda das Torres Gêmeas. Sem falar dos ataques de mão armada, os heróis se preocupavam com o que o Caveira Vermelha fazia ou deixava de fazer mas não se preocupavam com política de controle de armas.
Os super heróis sempre nos protegeram dos vilões, mas nunca de nós mesmos.
Nesse ponto fica claro que este Hulk, um jovem Maestro, não acredita na humanidade e nem se anima com a possibilidade de que alguns anos poderão reiniciar a construção da Terra. Afinal, reconstruir apenas para jogarmos bombas uns nos outros novamente? Por fim Hulk remodela o letreiro de Hollywood que ficou milagrosamente de pé depois de tudo o que aconteceu. Espero ver isso nos cinemas em breve.
Maestro #1 é mais uma obra que elevará o nome de Peter David ainda mais. Mal posso esperar pelas próximas edições.
Uma resposta em “Maestro #1 é melhor do que imaginei”
[…] hoje, Amadeus Cho não parece ser tão poderoso quando Bruce Banner cheio de raiva. Se colocarmos o Maestro na conta as coisas ficariam ainda “piores”. Outras versões do herói (?) o transformam […]