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Instagram e Call of Duty promovem armas para jovens?

Instagram e Call of Duty promovem armas para jovens?

Uma ação nos EUA está colocando a Meta e a Activision no banco dos réus. Segunda a acusação o Instagram e Call of Duty promovem armas para jovens, incluindo aqueles que invadiram escolas e assassinaram crianças.

O processo registrado na Suprema Corte de Los Angeles 45 membros de famílias de vítimas do ataque em Uvalde, no estado do Texas. No dia 24 de Maio de 2022 Salvador Ramos (18) invadiu uma escola infantil e assassinou 21 pessoas entre adultos e crianças.

Segundo o The Verge, no processo as famílias alegam que o jovem jogava Call Of Duty de forma obsessiva e teria usado no massacre uma AR-15, arma que está disponível no jogo. Já quanto a parte da Meta o processo aponta que o atirador estaria sendo “cortejado” pelo marketing agressivo do Instagram onde haveria veneração a emoção do combate.

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Importante apontar que, pelas diretrizes da comunidade do Instagram, não é permitida a propaganda de armas, mas ela acaba ocorrendo de forma velada. Inclusive com uso de imagens de games.

A ação das vítimas de Uvalde também processa a empresa Daniel Defense, fabricante da AR-15 utilizada no massacre. A arma foi adquirida pelo assassino no site oficial da empresa.

Josh Koskoff, o advogado responsável pela ação, afirmou que “empresas como Instagram e Activision fazem mais do que apenas permitir que a indústria de armas alcance os consumidores, elas subscrevem e disseminam a violência contra adolescentes em dificuldades. O Instagram deveria parar de permitir a comercialização de AR-15s para crianças por empresas de armas.”

É importante apontar neste momento que milhões de pessoas no mundo todo tem acesso à Call of Duty e, enquanto sua comunidade é extremamente tóxica, é notável que não é possível culpar um joguinho quando a um massacre. O mesmo não pode ser falado da indústria armamentista, a cultura das armas financia bancadas parlamentares nos congressos de todo o mundo.

Este mesmo advogado é conhecido por ter conseguido vencer uma ação em favor de outro grupo de famílias de vítimas de ataques. As famílias de Sandy Hook conseguiram US$ 73 milhões de indenização da fabricante de armas Remington.

Na lei dos EUA existe a chamada Seção 230 que dá imunidade para as redes sociais de ações civis como essa. O que mostra que, na verdade, a regulamentação de redes sociais é cada vez mais necessária para, inclusive, evitar novos ataques em escolas como os mencionados neste artigo.

Paola Costa colaborou com este texto.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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