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Diálogos com um Golpista

Este pensamento é uma história que mostra alguns diálogos com um golpista, que pode ser real ou não.

Farofeires, farofeiras e farofeiros, escrevi algo inspirado em um sonho de Astronauta de Mármore. Sim, tenho problemas e às vezes faço esse tipo de coisa… Só queria deixar claro que essa peça (?) é uma piada (?), mesmo que baseada em fatos reais. Espero que curta estes Diálogos com um Golpista – em breve na Netflix.

Segue então texto original criado por mim. Espero que não cause problemas como o artigo onde explico como usar as três conchas ou do Manifesto do Conselho Latino Americano de Jornalismo. Sou da paz apesar de pistolar em voz alta frequentemente.

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Diálogos com um Golpista

Temer me acordou, ele sempre fazia isso. O maldito tem passos pesados e arrastados, só se andar pelo corredor sabia que estava andando em minha direção. O mentecapto viria com mais uma carta, mais um vislumbre de seu mundo ideal em algumas linhas com palavras jogadas para parecerem difíceis.

Como sempre o covarde não bate na porta, simplesmente joga o envelope pela fresta e volta a arrastar suas correntes mórbidas pelo corredor. O avatar da democracia não aguenta me olhar nos olhos. Mas não dessa vez, quando o envelope entra no aposento o chuto de lado e abro a porta. Temer ainda está agachado e olha assustado com seus olhos sem vida para mim.

Se levante homem, deixe de cartinhas e fale o que tem para falar na minha cara – falei de braços cruzados. Ele se apoiou no batente da porta e tremendo se levantou sem olhar para mim, seu medo era óbvio. Olhando para o chão e com as mãos dadas em frente de si ele gagueja.

– Eu, eu… Primeiramente gostaria de pedir desculpas incomodar seu descanso.

– Deixe de gaguejar.

– Desculpe, não é sempre que venho a sua presença. Saiba que sou honrado pela sua estadia aqui, mesmo que nos falemos pouco. Minha perturbação será breve contudo.

– Vamos bater um papo então? Quer uma cerveja? Você prefere a bebida servida com ou sem golpe? – Disse isso com um sorriso irônico nos lábios, sabia que ele não levaria como uma brincadeira mas sim como afronta.

– Desculpe, não sei dizer se entendi tal colocação. Espero que não esteja me acusando de algo leviano…

– Leviandade combina demais com você. Me diga uma mesóclise interessante no lugar então.

– Senhora, não tive nada com o que aconteceu com a Presidente, fui apenas um coração partido diante de todo o constrangimento e mesmo assim servi meu país com toda minha capacidade.

– Lealdade institucional é pautada pelo art. 79 da Constituição Federal. O que fez contra a Presidenta não. Pegue suas cartas, enrole-as e enfie em seu ânus sem lubrificante. Sente com força e o faça sumir completamente em sua cavidade anal.

– A senhora não vê a tranquilidade que trouxe para o país crescer e consolidar as conquistas sociais?

– Respeitosamente te declaro cúmplice de um genocídio. E acho interessante não me chamar pelo nome, você por acaso sabe quem sou eu golpista? Meu nome é Verdade e você mente.

O ambiente escurece. Não é a luz que acaba, é a sombra quem absorve tudo. O ato acaba, o golpe continua, a justiça será servida.

Pensamento do Dia

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Pois é, hoje foi assim. Amanhã vai ser diferente, quanticamente falando.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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