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Demolidor do Netflix, crítica da primeira temporada da série

Se ainda não assistiu não sabe o que está perdendo. O Demolidor do Netflix é com certeza uma das melhores séries de super heróis já lançada.

Logo de cara não temos uma história de origem detalhada mas já vemos como Matt Murdock se acidentou e o real motivo de ele se tornar o Demolidor, afinal o mundo todo viu Nova Iorque ser invadida, agora seus habitantes precisam juntar os restos para sobreviver à especulação imobiliária alimentando o crime organizado.

Se você não viu a série ainda e se importa com spoilers não prossiga amiguinho… só tem spoiler abaixo. Ou, se preferir clique aqui e veja o que você precisa ficar sabendo para ver a série do Netflix.

É importante dizer antes de começar que não fui convidado para assistir Demolidor do Netflix. Sou um fã e como todo mundo pago minha conta e assisti os treze episódios de uma vez. Minha conclusão simples e direta? Demolidor não é idêntico mas com certeza é uma das melhores adaptações de gibi para outras mídias já feita… agora vamos para a resposta complicada…

Logo vemos o tom adulto e sombrio da série, cheio de violência física e psicológica, que destoa bastante do resto do universo Marvel com atores reais, já que tudo está compartilhado e não é limitado ao cinema ou apenas uma série agora.

A história do Demolidor do Netflix se baseia muito na origem criada no gibi por Frank Miller (sim, o mesmo cara de Sin City e 300) em Demolidor: O Homem Sem Medo, com influencia do restante do universo Marvel mas nada agindo diretamente… existem martelos mágicos por aí mas nem por isso o dono dele anda ajudando pessoas sofrendo abusos em um bairro pobre. Apenas no último episódio vemos o Demolidor como realmente conhecemos nos gibis. Vestido de capeta e com bastões sendo arremessados toda hora… de inicio cheguei a sentir falta deles já que estou acostumado a ver um Demolidor mais próximo de um atleta de ginástica olímpica do que de um praticante de parkour.

O jornalista Ben Urich está presente, ele não fazia parte da mitologia de origem do Demolidor do Netflix mas ele foi implementado ali. Acreditava até que ele seria uma forma de ligar Matt Murdock à Peter Parker… mas resolveram colocar seu sangue nas mãos de Wilson Fisk. Não que eu tenha achado a trama ruim, mas sinceramente preferia Urich vivo.

Na verdade tal fim trágico deveria ter sido dado à Karen Page em minha opinião… sabemos que ela morre no gibi depois de se tornar namorada/secretária/ajudante do Demolidor e se a ideia era chocar acho que seria muito mais interessante… nunca gostei da Karen Page… e o Foggy é o ajudante perfeito, principalmente pelas piadas. Ah, a namorada do fisk também tem que morrer, logo!

Demolidor do Netflix, crítica da primeira temporada da série - O uniforme preto

O Rei do Crime não chega a se tornar rei, mas chega bem perto, Wilson Fisk é o vilão que sempre quis ver nas telas… faz até piada com o terno branco o lenço, visual clássico do personagem no gibi. Sou muito fã de Vicent D’Onofrio desde o incio de Law and Order em 2001.

Achei que Wilson Fisk poderia ter menos tiques nervoso do que foi mostrado. Charlie Cox, o Matt Murdock é apenas razoável, não chega a desagradar mas falar que ele é um Demolidor ruim seria elogiar a versão de Ben Affleck, coisa que nunca farei.

Charlie Cox consegue mostrar o famoso charme de Matt Murdock que o transforma no garanhão da Cozinha do Inferno, ele não precisa “fingir” a voz como o Batman por exemplo, nem tem um carro que pode destruir um prédio. Cox conseguiu mostrar como o personagem é um humano com vontade de melhorar o mundo que vive… esse discurso e as habilidade advocatícias de Matt Murdock cairiam bem em Capitão América: Guerra Civil hein?

Demolidor do Netflix, crítica da primeira temporada da série - O uniforme tradicional mas moderno

Por vezes achei engraçado todo mundo saber lutar no mesmo nível do herói… quando o alfaiate partiu para porrada eu dei risada sim, isso que chamo de currículo diversificado. E, por falar em uniforme, temos que estabelecer que diferente dos gibis não são apenas fantasias para assustar os vilões e dar anonimato ao herói, são armaduras!

A roupa do Demolidor lembra bastante a do Capitão América, mesmo sendo vermelha e com chifres… falando nisso uma briga entre os dois seria bacana.

Ao ver os treze episódios podemos perceber algumas pontas soltas na história que poderão, ou não, serem aproveitadas no futuro… como, por exemplo, em uma cena de flashback Foggy e Matt conversam sobre uma suposta garota grega que Matt estaria saindo, sim amiguinhos, eles falam de Elektra.

Por que cancelaram a série do Demolidor na Netflix - Blog Farofeiros

Nos quadrinhos sempre foi comum ver todo esse submundo em que Matt se envolveu compartilhando a briga com a Hidra (?)e a Yakuza (ou The Hand, literalmente A Mão?), além de contrabandos ilícitos sabemos que principalmente a gangue feudal japonesa lida com misticismo, que seria a área de atuação do Dr. Estranho, que em breve ganhará um filme. Mas também existe a possibilidade de que a arma que Stick teria destruído, a Black Sky, ser um inumano, como os apresentados em Agents of SHIELD.

Ao vermos a chinesa misteriosa, a Sra. Gao, dar um tapa bem forte do Demolidor e ainda anunciar que iria voltar para sua terra “um pouco mais distante que a China” creio que vemos uma abertura para a mitologia do Punho de Ferro aparecer, já que o poder canalizado por Danny Randy é o chi do kung fu. Mas tudo isso é especulação de um fã dos quadrinhos, nada que interfira no deleite que é esse arco de treze episódios.

Dois easter eggs do Demolidor do Netflix são a publicação emoldurada de Ben Urich quanto a invasão de Nova Iorque (Phil Sheldon, de Marvels, teria feito melhor) e a aparição bem discreta de Stan Lee, veja a foto abaixo.

Demolidor do Netflix - Stan Lee na parede

Tenho elogiado muito a série do Flash em meu twitter, acredito que ela seja uma das melhores já feitas baseadas em um gibi mas Demolidor elevou ainda mais esse patamar. São histórias diferentes, editoras e produtoras diferentes, Flash está conseguindo lida com viagens do tempo graças a velocidade com que correr.

Mas Demolidor do Netflix é sim superior por deixar o mundo que sofre pela especulação imobiliária depois de uma invasão alienígena e como isso afeta todos na cidade.

… que venha Jessica Jones!

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

9 respostas em “Demolidor do Netflix, crítica da primeira temporada da série”

Adorei o primeiro episódio. Vou dar um 9,5 devido a um certo detalhe (e vc sabe do que estou falando kkkk).
Mas ao contrário de você, não vou assistir tudo de uma vez.

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