A lição mais cara de educação cívica do Rio de Janeiro
Marcelo Crivella foi condenado por tentativa de censura a beijo gay, lembra dessa história? Em 2019 o ex-prefeito do Rio de Janeiro tentou censurar um quadrinho dos Vingadores porque dois personagens se beijaram.
Por aqui nossa revolta se tornou um compilado de beijos gay nos quadrinhos. Nada melhor do que mostrar que amor é amor, até com boneco da Marvel. Mas sabemos que isso não basta para ajeitar as coisas.
Um processo foi aperto e a 4ª Câmara de Direito Público do Rio condenou o ex-prefeito por ato discriminatório onde deverá pagar R$ 100 mil por danos morais coletivos. E o melhor, o dinheiro vai direto para fundos de combate à discriminação por orientação sexual segundo notícia do G1. É quase poético: o homem que tentou apagar diversidade financiar sua proteção.

A ação foi movida pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), pela ABGLT e pelo Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero (GADvS). Organizações que entenderam que deixar censura passar em branco é abrir precedente para autoritarismo… Mesmo que seja só um gibi de boneco.
Lembrando ainda que atualmente é Deputado Federal pelo Rio de Janeiro, ou seja, tudo se tornaria pizza se a PEC da Bandidagem tivesse passado.
Durante a Bienal do Livro de 2019, Crivella ordenou o recolhimento de Os Vingadores: A Cruzada das Crianças (de Allan Heinberg e Jim Cheng) alegando ser “inadequado que uma obra de super-heróis apresente e ilustre o tema do hOmOsSeXuAlIsMo a adolescentes e crianças”. O conteúdo escandaloso mostrava um beijo entre Hulkling e Wiccano, personagens que formam um casal na história.
Aqui no FAROFEIROS temos textos diversos comentando todo tipo de censura sobre à LGBTQIA+ que se possa imaginar. Em 2012 já falávamos disso por aqui… E olha onde estamos… É preciso começar a andar para frente por que esse povo “conservador” só anda para trás!
Menos explícito que qualquer beijo de novela das oito.
Quem diria que um beijo entre bonecos da Marvel seria tão mais poderoso que o choro de um político?