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A minuta era real, o golpe também e o chefão era o Jair

A Procuradoria-Geral da República resolveu largar a caneta com gosto e escancarou o que todo mundo já desconfiava: Jair Messias Bolsonaro não só sabia do plano golpista como era o CEO da tentativa de golpe S/A

O documento protocolado quase à meia-noite (sim, no estilo “corre que vai dar ruim”) do dia 14 de julho de 2025 diz que o ex-presidente foi o líder da organização criminosa, o maior beneficiário, o executor dos piores atos e, claro, o responsável por transformar o cargo mais alto da República num balcão golpista com Wi-Fi liberado.

A PGR descreve que Bolsonaro usou o governo inteiro como se fosse um grupinho de WhatsApp da família. Montou a tal “Abin paralela” pra bisbilhotar adversários, instrumentalizou órgãos públicos como se fossem extensão do QG do cercadinho e, quando percebeu que ia perder as eleições, decidiu partir pro “modo golpe full pistola”.

Os erros de Bolsonaro são uma ilusão - 2 - Blog Farofeiros

Segundo o MPF, o plano deixou de ser só loucura de Telegram em 2021, quando as pesquisas começaram a mostrar que o “mito” tava virando “mico”. Foi aí que os discursos começaram a ficar mais agressivos, as minutas golpistas começaram a pipocar e o 8 de janeiro foi se desenhando como um final de temporada de série ruim: mal atuado, bagunçado, mas com estrago real.

Agora, a Procuradoria pede que Bolsonaro seja condenado por nada menos que cinco crimes dignos de roteiro de série criminal da Netflix:

  • Ser chefe de organização criminosa armada (não era só pistolagem no Twitter)
  • Tentar abolir o Estado Democrático de Direito (literalmente, não só com figurinha no Zap)
  • Golpe de Estado (aquele que era só uma ideia maluca e virou tentativa com data, lugar e convocação)
  • Dano qualificado (não é só vandalismo, é quebrar o patrimônio da União em horário nobre)
  • Deterioração de patrimônio tombado (tipo: virou a mesa do Senado, quebrou janela do STF e achou que ia sair ileso).

Se o STF resolver aplicar todas as penas no talo, o capitão sem tropa pode pegar até 46 anos de cadeia. Mas como a vida é feita de plot twists, talvez ele fique em prisão domiciliar com tornozeleira (talvez personalizada com em verde e amarelo), já que tem 70 anos e algumas comorbidades (a jurídica é a mais grave).

Por enquanto, a defesa tem 15 dias pra tentar apagar esse incêndio com balde furado. Depois disso, o STF marca o julgamento e a gente assiste com pipoca, porque essa série não tem final feliz pro protagonista.

Observação: e ninguém ainda falou da caneca do Corinthians do Xandão.

Por Paola Costa

Professora, podcaster e palpiteira. Só falo de temas aleatórios, não reparem a bagunça (ou reparem).

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