De Neusa Borges a Daniel Erthal, a indústria audiovisual é um dementador atemporal de talentos, a cruel indústria dos atores desempregados.
Olha eu de novo, Thii Gouveia, seu amigo sem noção, dando mais um pitaco aqui no Blog Farofeiros sobre a cruel indústria dos atores desempregados.
O pitaco de hoje é um tema que muito me pega, me causa gatilhos, ansiedade, crises de pânico e, por muitas vezes, ódio por ter sido picado pelo mosquito da arte, que é a indústria do audiovisual brasileiro e sua crueldade com o sonho e talento de pessoas que dedicam suas vidas a trazer alegria e reflexão à vida de outros brasileiros: nós, os atores.
Eis que no Ano Novo viralizou que Daniel Erthal, “EX-GALÃ DE MALHAÇÃO”, estava trabalhando como vendedor ambulante. Longe das telinhas, ele vende cerveja e nudes no Only Fans.
Aí, o Gshow fez o seguinte, decidiu fazer uma matéria com o título: “VEJA POR ONDE ANDAM E QUAIS SÃO AS PROFISSÕES DE ANTIGOS GALÃS DE MALHAÇÃO” (o subtítulo é ainda melhor, porque traz um ar de fofice pra matéria), e que mostra o motivo pelo qual não vemos mais essas beldades no horário nobre. Claro que a matéria não diz: “Depois que sugamos suas belezas, fomos atrás de sangue novo para manter viva a chama da xana que chama”, não mesmo! A matéria traz que eles tiveram “suas revelações” das suas reais aptidões profissionais.
Neusa Borges por diversas vezes pediu ajuda online para pagar contas e, ao ganhar o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante pelo longa “MUSSUM – O FILMIS” em Gramado, também reclamou da falta de reconhecimento pelo seu trabalho. Narjara Turetta afirmou em diversas entrevistas a realidade dos atores brasileiros “Nem todo ator ganha rios de dinheiro”.
Eu não quero trazer todos os casos, porque eu tô treinando para poder ir direto ao ponto, então, é o seguinte: a indústria do audiovisual vai se adaptando de maneira cruel ao longo do tempo ao mercado, isto é, no momento, além de um corpo sarado, uma estrutura óssea desenhada por Oscar Niemeyer e outros atributos, seguidores são a forma mais eficiente de você ter um retorno do produto que você está investindo, exemplo:
Thii Gouveia tem 100 mil seguidores em uma rede social e diz que vai fazer uma novela na emissora X. Thii Gouveia tá tão feliz que ele vai fazer diversas publicações contando que tá indo gravar, quando vai estrear, pra galera assistir. Marketing gratuito. E se o Thii Gouveia tiver fotos mostrando que está sempre pronto pra viajar? Melhor ainda! E se o Thii Gouveia mostrar o tanquinho, a torneirinha, a Muriel, uma xícara de café e adicionar nesse designer uma frase inspiradora atribuída a um pensador que ninguém sabe quem é? Mais seguidores.
Atores e atrizes são tratados como descartáveis há muito tempo na indústria e, a não ser que você viralize, se produza, se destaque ao ponto de chamar atenção da mídia, produtoras, canais e etc nunca vão te dar oportunidades, a não ser que você tenha atributos físicos que chamem atenção. Ah, e tempo pra conseguir construir essa imagem… muito tempo livre. Ah, e dinheiro para pagar os melhores books, os melhores coachs, a melhor agência, ou o melhor agente. Dinheiro, beleza “padrão” e sexualidade vendem e chamam atenção, e é disso que o povo da indústria gosta.
É uma eterna luta interna e externa saber que você tem potencial de fazer um excelente trabalho, mas que sua aparência e número de seguidores determinam ou não uma aprovação e/ou sua permanência no mercado.
E vocês terão agora três meses de provas do que eu estou falando, já que o BBB 24 começa agora e vocês verão que o corpo é até requisito pra passação de pano.
Volto a qualquer momento com mais uma reclamação.