Farofeiros, farofeiras e farofeires, um novo tipo de censura camuflada de regulação nasceu nos EUA… Quer dizer, mais ou menos… Aqui no Brasil, na época da Ditadura Militar era muito comum, enfim, gringos imitando, mas com o nome de árbitro da verdade.
E tudo isso se mistura com a recém aprovada fusão entre a Paramount Global e a Skydance Media foi oficialmente concluída, formando a nova New Paramount. O interessante é que pouco depois da aprovação de um acordo jurídico de US$ 16 milhões com Donald Trump – em troca da liberação da aquisição pelo FCC (Federal Communications Commission, a Comissão Federal de Comunicações dos EUA) – emergiu a imposição de um “árbitro da verdade” no canal CBS. O cargo seria o responsável por monitorar o viés ideológico e reportar diretamente ao presidente (?!).
A comissária da FCC, Anna M. Gomez, foi a única que votou contra a fusão alegando que a imposição deste árbitro é uma forma inédita de controle governamental sobre decisões editoriais. Estaria violando inclusive a liberdade de imprensa garantida pela famosa Primeira Emenda da constituição dos Estragos Unidos. A nova empresa estaria “nascendo na vergonha” segundo Anna, acusando a empresa de ter comprado aprovação regulatória “em troca da erosão de princípios fundamentais”.

Outros ainda avisaram: a fusão teria imposto condições que incluem o fim de iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), além da instalação deste novo “mecanismo” de censura disfarçado de monitoramento segundo informações obtidas pela Reuters. A Freedom of the Press Foundation entrou com uma reclamação ética contra o presidente da FCC, Brendan Carr, por suposto desrespeito à liberdade editorial, segundo o The Verge.
O perigo à liberdade de imprensa é algo que conhecemos muito bem aqui no Brasil. Militares eram locados em redações de grandes jornais a fim de controlar a informação que seria publicada no periódico, essa censura era uma das determinações do AI-5. A partir deste ato qualquer música, livro, filme ou peça de teatro tinha que passar por um censor antes de ser lançado, não por acaso tal ato de censura é defendido por membros da família Bolsonaro.
Historiadores apontam que o AI-5 permitiu ao governo militar instaurar a ditadura sem se submeter a qualquer restrição de ordem legal. Na época receitas de bolo eram forma de burlar a censura, como lembra a Jornalista Adélia Borges em entrevista em 2011. Também não podemos esquecer que a Folha de São Paulo agia em favor da ditadura, abrigando agentes da ditadura que “torturavam de manhã e trabalhavam no jornal à tarde“.
Quando fusões corporativas e concessões governamentais se alinham com mecanismos de vigilância sobre o conteúdo editorial é porque a liberdade de expressão não é mais livre. Ao transformar veículos como a Folha CBS em ferramenta de controle ideológico abre-se caminho para uma regulação que irá transformar o veículo de comunicação em instrumento de supressão de vozes dissidentes do governo de Donald Trump… Stephen Colbert pode ser um exemplo disso e, neste momento, nem vou mencionar a interferência na soberania do Brasil.
A terra da liberdade não tem mais muita liberdade sobrando… E o Epstein, hein?