Não acredito que X-Men é woke! Como pode um absurdo desses?
Planeta Terra, no ano de 2024 algo assustador acontece: velhos conservadores resolvem atacar tudo aquilo que não entendem. Utilizando seus chapéus de alumínio a massa avança com tochas e gritos de ordem, para eles X-Men é woke.
Durante um Farofeiros Cast comentamos sobre o assunto dos “acordados”. Confira no vídeo abaixo.
Bem, agora acredito que podemos ir para a notícia propriamente dita. Tom Brevoort é o novo editor chefe para os assuntos mutantes da Marvel. Ele é o atual responsável editorial pela Queda de Krakoa, que parece que foi um trabalho em conjunto com Jordan D. White… No final a minha amada série mutante está acabando de um jeito ruim. Mas esse não é o assunto deste artigo.
Em sua newsletter própria o editor veio a público falar da agitação causada por alguns supostos fãs de X-Men apontando que tanto a série X-Men 97 como o gibi são “woke”. O autor coloca um ponto importante quando diz que ignora esse contexto pois as pessoas que o usam tendem a ser – em sua maioria – creatinas.
Brevoort acredita que este é o argumento de quem não tem boa fé e apenas usam o termo quem qualquer coisa que não gostem, independente do motivo. Segundo ele para os X-Men a mensagem é o conceito.
Este é um título sobre excluídos e oprimidos, cada um uma minoria por compartilharem o gene X e uma finalidade comum, que são odiados e temidos por serem diferentes e que têm que lutar constantemente para encontrar aceitação em uma sociedade que não os compreende e deseja que eles simplesmente desapareçam. Cada gibi dos X-Men publicado desde 1963 trata desses temas em maior ou menor grau. Sem eles, não seria X-Men. Portanto, embora nosso objetivo principal seja sempre entreter e emocionar, essa será sempre uma camada prevalente em cada história dos X-Men.
Tom Brevoort
A declaração completa você pode conferir na matéria do BleedingCool.
Apesar de ter diferenças criativas com o editor é bom ver que temos uma pessoa sã à frente de uma franquia que tanto gosto. Obviamente concordo com tudo o que ele apontou nesta declaração.
Particularmente os X-Men sempre foram uma ótima companhia enquanto crescia, apesar disso demorei muito tempo para entender o mote. Literalmente precisei que alguém me apontasse o que estava acontecendo e os motivos. Era uma época com pouca internet e sem vídeos… Hoje a situação é diferente, mas ainda vejo a necessidade de se explicar algumas coisas.
Para minha alegria ao se buscar X-Men e Direitos Humanos vemos diversos retornos interessantes. Até o site jurídico Jusbrasil possuí um artigo falando dos X-Men e dos direitos humanos dos negros. Martin Luther King e Malcom X foram a inspiração de Stan Lee e Jack Kirby para a criação dos personagens. O gibi foi lançado em Setembro de 1963, meses após do famoso discurso “Eu Tenho Um Sonho” de Martin Luther King, que ocorreu em Março daquele ano.
Enquanto posso ter questões criativas com diversos autores da linha é importante apontar que, recentemente, foi explicado como nasceu o filho da Mística com a Sina foi concebido. E foi de uma maneira didática e bonita… Confesso que até para mim foi extremamente importante para entender melhor ainda a causa trans. Sem mencionar que agora uma das mais proeminentes personagens do MCU “se tornou” mutante, falo de Ms Marvel. E se não bastasse momentos como o de Planet Size X-Men #1 ainda ressoam na minha cabeça.
Quadrinhos, principalmente dos X-Men, são sobre isso. Aventura e evolução, por mais que o leitor não entenda o mundo está mudando e é importante que ele não se conserve parado. Talvez seja preciso acordar.
Mas lembre-se, Krakoa é para todos os mutantes.
