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The Flash graças a Deus não vai ter continuação

Quando James Gunn anunciou sua decisão de não dar continuidade aos filmes em andamento da DCU, eu não tinha noção da magnitude dessa escolha.

The Flash é um filme que desrespeita o universo dos quadrinhos e o próprio personagem. Se no filme da Liga da Justiça o velocista já era considerado o ponto fraco, com uma atuação que ridicularizou Barry Allen e seu contexto, em seu filme solo essa situação se agrava ainda mais.

Na trama, Barry busca desesperadamente salvar sua mãe falecida, utilizando-se da viagem no tempo, um dos enredos mais icônicos do personagem que nos presenteou com arcos incríveis nas HQs e o memorável Flashpoint.

Até aqui, pode parecer que não há muitos erros, apesar de Ezra Miller interpretar um Flash que parece mais um palhaço de filmes do gênero besteirol durante duas horas.

Ao viajar no tempo, o protagonista embarca em uma jornada de causa e efeito pelo multiverso, envolvendo a si mesmo, o Batman interpretado por Michael Keaton e a Supergirl.

Esses elementos são pontuados por algumas piadas, numa tentativa exagerada de criar um filme que referencie o universo da DC até então construído no cinema.

O problema desse filme reside, como de costume, na falta de propósito. Após tantos equívocos cometidos pela DC nos cinemas, o resultado final é um filme que parece ter sido produzido apenas para rivalizar com a fase multiverso da Marvel. No Universo Cinematográfico Marvel, essas abordagens já não são mais novidade, e na DCU ficou apenas a sensação de “pode copiar, só não faça igual”.

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Em determinados momentos, percebe-se que decisões foram tomadas de forma apressada na construção do filme. Isso é especialmente evidente nos efeitos visuais VERGONHOSOS. Os primeiros dez minutos do filme são constrangedores, com efeitos tão ruins.

A cereja do bolo foi a aparição do clássico Superman dos anos 80, interpretado por Reeves, numa cena que, se era para ser uma homenagem, pareceu um desrespeito à imagem do ator. Não é possível equiparar uma autorreferência como a de Reeves usando a capa do Super, enquanto o filme também insere Nicholas Cage como Superman na mesma cena.

The Flash, graças a Deus, é um dos últimos filmes frustrantes da DCU. Essa sequência começou relativamente bem, com Homem de Aço há dez anos, mas termina de forma melancólica e distorcida, repleta de decisões questionáveis.

Por José Fernando

Comentarista político(?) no @CoisaBoaPodcast e farofeiro no @FarofeirosCast.

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