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Superman (2025) – Os verdadeiros heróis são os amigos que fazemos pelo caminho

Superman de Gunn foi uma maravilhosa surpresa. Eu não tava esperando muito, principalmente depois da avalanche de filmes de heróis nos últimos anos que saturaram demais o gênero. Mas nossa, esse filme conseguiu ser novo num mar de mesmice, principalmente na forma como apresentou seus personagens e estruturou o enredo sem tratar o espectador como um idiota que precisa ser guiado nas entrelinhas.

Começando com a maravilhosa química entre Lois e Clark, que ficou excelente na tela. Soou verdadeiro, sem melodrama e sem romance forçado. Eles têm problemas de casal e as brigas não soam artificiais só pra causar problema de enredo. Inclusive, Clark/Superman está INCRÍVEL. Eu estava bem pé atrás com a escolha do ator, mas depois de ver na tela eu só posso dizer: ele era o Superman que precisávamos (e isso bate bem com o enredo, mas mais pra frente eu chego lá)

Tive meus problemas com o Lex Luthor. Achei meio forçado, meio caricato, meio pastelão. Isso se manteve até sua última cena, onde a gente tem um vislumbre de profundidade, que ainda não foi entregue, mas ficou ali, prometendo algo melhor pro futuro.

Os heróis da “Gangue da Justiça” são hilários e terríveis ao mesmo tempo. Um alívio cômico maravilhoso e necessário para o enredo mais pesado sobre humanidade e o que significa, de fato, ser humano. Kudos pro Senhor Incrível, que é INSUPORTÁVEL de chato, mas maravilhosamente irritante. Você começa com raiva e termina gargalhando com ele.

A Gangue da Justiça surge voando sobre Metrópoles com Mulher Gavião - Lanterna Verde (Guy Gardner) e Sr Terrífico - O legado do Superman - James Gunn - blog FAROFEIROS

Graças aos deuses que mantiveram ambos os pais de Clark vivos, com aquele ensinamento firme de “você é quem escolhe ser, e não o que querem que você seja”. Toda a construção do Kal-El “abandonando” suas raízes kryptonianas e abraçando cada vez mais sua humanidade adotiva foi muito bem costurada, especialmente no diálogo com seu pai na fazenda Kent. Muito melhor do que criar motivação pela perda de um familiar. Manter os dois vivos como lembrança do caminho e da motivação funciona mil vezes melhor. Sobretudo no arco “herói volta pra casa pra entender quem é e o que deve fazer”. Perfeito.

Superman (2025) é um puta estudo de personagem sobre o que significa ser o Superman nos dias atuais. Mais do que um símbolo americano, ele é um símbolo de esperança. Mais do que um soldado dos EUA, é um defensor da humanidade como um todo. Um filme que nos lembra de olhar pra dentro e entender que a mudança real está em nós. Mais do que isso: um lembrete de que deixar de agir é se aliar ao inimigo.

A cena da briga entre Clark e Lois, com ela dizendo que ele não deveria intervir em assuntos de estado e ele gritando “pessoas iam morrer”, é um soco. Um lembrete de que vidas humanas se tornaram asteriscos em relatórios de organismos internacionais. E nessa toada, Israel ter boicotado o filme fala MUITO sobre a mensagem que Gunn passou no roteiro. Funcionou? Sim. Quem precisava sentir, sentiu.

Superman e Krypto vislumbram o planeta Terra visto de um meteorito estacionado próximo do planeta - O legado do Superman - James Gunn - blog FAROFEIROS

Kripto não foi cringe. Muito pelo contrário, foi peça fundamental no plot. E, aliás: graças a Deus não temos um plot Marvel que se resolve magicamente com um deus ex machina pilantra (sim, eu to olhando pra você, Ultron). Superman (2025) apresenta um problema real, complexo e que não dá pra resolver sozinho. Superman precisou da Gangue da Justiça, precisou da Lois e do Planeta Diário, precisou do Kripto. Literalmente uma união entre metahumanos e humanidade pelo bem comum.

A mensagem é clara. Não dá pra salvar o mundo sozinho. Mas juntos… tudo tem jeito.

Palmas pra DC. Se manter esse caminho, essa nova fase tem tudo pra dar certo.

Por Stevens

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