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Sarna da vez

GRAVE: escolhi a sana da vez para me coçar.

Farofeiros, farofeires e farofeiras, preciso desabafar de forma bem uniforme mas de maneira abrangente já que minha ofensa deve ser educada e apenas cutucas, já que devido a imbecilidade do ser é provável que dentro do contexto de imbecil, ele ganhe alguns prêmios com louvor, mesmo que o ser se pareça com um louva a deus obeso. Nada contra insetos obesos no geral, apenas um específico, pois esta é a sarna da vez que escolhi para me coçar.

Devo esclarecer meu pensamento, apesar de chamar de sarna, o sarnento e lazarento da história é a própria sarna que é sarnento com a própria sarna. O sistema de redundância deste tipo de sarna só é possível para apenas um tipo de ser humano, o sarnento.

Gostaria que um simples sorriso amarelo afastasse as pessoas que não gosto, mas não tenho que ofendê-las e deixar bem claro que determinado ser, ou praga, ou doença de pele ou venérea, deve ser, de maneira clara, estúpida e sucinta, acoitado inumanamente com tiras de tripa de cobra para uma mais eficaz dilaceração do sistema nervoso periférico causando dores crônicas e eternas. Gosto do pensamento que faz com que o ser tente interpretar um sorriso fálico como algo do tipo abstrato moderno, mas sem ser contemporâneo. 

A sarna causa uma cosseira irritante em quem ele gruda por se tratar, na verdade, de um parasita, aqueles microrganismos que você estudou na escola que apenas sugam as pessoas e animais, para a efetiva morte do sugador é necessário um remédio simples, um inseticida basta. Mas confesso ter predileção por algum ácido para que eu possa me deleitar ao ver seus membros se liquefazendo.

Pensar que um nefasto pensamento onde a inveja é a engrenagem bipolar e neurótica de alguém com uma pré disposição ao suicídio moral com base de mentiras e intrigas me intriga. Tal sarna com aspectos de praga se torna um inseto, em grandes quantidades assustam mas quando estão a sós eles são eliminados das maneiras mais simples, estúpidas e até inofensivas, apesar de nocivas. Mas creio que tudo isso se resolveria de maneira simples, o ser nem precisaria cessar de existir, apenas se tornar viciado em crack ou em cola da sapateiro já me deixaria feliz.

Não me entenda mal, é bom saber que dilacerei e incomodei intermitentemente alguém que não gosto, temos Farofeiros especializados nisso, logo fui até elogiado pelo meu comportamento e meu exemplar sorriso fecal ao moribundo.

Pensamento do Dia

Alguém perdeu!

E não fui eu.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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