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Personal Trainer Emocional

Farofeiros, farofeiras e farofeires, sabe aquela velha conhecida que bate na sua porta sem avisar, traz um pacote de frustração e ainda pede para tomar um café? Pois é, acho que preciso de um Personal Trainer Emocional, afinal, a merda acontece nos momentos mais inconvenientes. Como quando você finalmente se declara para o crush e você é preso na friendzone fantasma, ou quando manda um currículo achando que vai arrasar e recebe um barulhento e constrangedor silêncio como resposta.

A rejeição não deveria ser só a vida te dando um treino de resistência emocional. Se fosse uma pessoa, seria aquele tipo de pessoa que grita “MAIS UM! VOCÊ CONSEGUE!” enquanto você transpira (inclusive pelos olhos) da academia. E sabe de uma coisa? Odeio esse tipo de gente.

Há quem diga que a rejeição te ensina a “arte do foda-se” de maneira supostamente saudável. Afinal, depois do décimo “NÃO” RECEBIDO, você começa a perceber que não é o fim do mundo, é só mais um dia nessa indústria vital. A rejeição supostamente te poupa de furadas também. Imagina se aquela oportunidade de emprego que te rejeitou fosse um antro de gente que acredita em coach e nesse momento você estaria dançando um haka com intenções motivacionais? Ou se aquele moço bonitinho te encontrasse, mas só porque queria dividir a conta do sushi?

A rejeição é uma merda, mas é um lembrete de que a vida não é um filme da Disney gerado por IA – e tá tudo bem (supostamente). Ela pode doer, mas a criatividade para justificar ela rende boas histórias no final… Supostamente

Convenhamos, a gente não teria histórias absurdas para contar se tudo fosse um mar de flores… Mas tenho convicção de que tudo poderia ser realmente menos traumatizante e menos absurdo ao ponto de não precisar existir alguém vendendo cursos de como não sofrer emocionalmente.

Se as coisas não parecessem tão impossíveis ou perdidas talvez machucasse menos… Quer dizer… Acho que isso nem é o final da história… Afinal a pessoa que é um Personal Trainer Emocional pode ter sido rejeitada em um curso de psicologia. Não é? E o ciclo da rejeição continua.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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