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Os erros de Bolsonaro são uma ilusão

Os erros de Bolsonaro são uma ilusão.

Os erros de Bolsonaro são uma ilusão, rigorosamente. Trata-se de um ainda Presidente da República que está intencionalmente, dia a dia, buscando um lugar de humilhação sob o julgamento dos que têm algum senso e, necessariamente, sob a letra rigorosa da lei. Ser rechaçado pelo que ele chama de “sistema” – ainda que pelas vias legais – parece mais estratégico que errático: ele quer, precisa, deseja, necessita, cava e promove a própria derrocada. Para o jogo que procura fazer, hoje, é manobra coerente: para ser novamente anti-sistema – após ser expulso do sistema formal por si mesmo e pelo voto popular – Bolsonaro precisa ter o Estado contra si. Promove isso de formas aparentemente burras mas, sendo ainda mais obtusos seus seguidores, entende que pode ter êxito importante.

Hoje Bolsonaro quer ser pisado. Foi noticiado como coitado, abatido ou acuado? Imagine-se que pode ser, para ele, mérito “narrativo”. Recém expulso do sistema – perdendo nada menos que a presidência do país – o lugar de humilhado cai bem aos seus planos de opositor radical de tudo que não seja ele próprio.

Os erros de Bolsonaro são uma ilusão - 2 - Blog Farofeiros

Nesse sentido – e sob um aspecto ético – é prudente questionar se chutar adequadamente o pisável Bolsonaro seria, indiretamente, uma maneira de presenteá-lo com tudo que ele deseja agora: uma humilhação proporcional à sua mediocridade mas que, se bem trabalhada, pode coloca-lo em um papel de vítima ímpar.

A resposta deve ser, necessariamente e para todos, um redondo “não”: independente de qual seja a capacidade que Bolsonaro imagina ter para instrumentalizar a própria desgraça o fato é que ela deve ser comemorada até que se perca a voz. Com cores, barulhos, brindes e todas as formas de alegrias permitidas, apesar dele.

Enquanto Bolsonaro acha que ser pisado o favorece em suas teses, hoje, o segredo para todos nós é não nos distrairmos e mantermos o pé em cima, imobilizando e incapacitando o ódio e a covardia do tipo de gente que ele representa – o pior, por sinal. Parece bastante recomendável, porém, não relaxar a perna e, mantida a sola dos nossos sapatos democratas em sua cara, seja movimento de gerações. Tentemos.

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