Genosha foi dominada por um bilionário… E isso está parecido demais com a vida real.
Krakoa veio e se foi. Sou órfão deste arco de histórias mutantes da Marvel Comics e nada irá mudar isso tão cedo, porém, é preciso lembrar que Krakoa não foi a única ilha mutante. Houve outra que cresceu, prosperou, teve sua população escravizada e, por fim, dizimada. No final Genosha foi dominada por um bilionário como se nada tivesse acontecido, igualzinho na vida real.
Sem tiros, sem guerra, sem briga… Mas muito dinheiro.
A informação foi dada de maneira quase sorrateira no gibi X-Factor #7 (2024), lançada em Fevereiro de 2025, e – apesar de toda galhofa e fantasia – a situação se mostra mais real do que gostaríamos que fosse.
Recentemente você deve ter visto que o ditador Donald Trump publicou um vídeo feito por IA que colocava ele e o genocida Benjamin Netanyahu em um “resort” em Gaza. Por si só o vídeo é uma aberração e uma afronta as mortes da região, uma colônia de férias erguida sob os corpos de milhares de inocentes.
Agora vamos ao gibi.
Depois do genocídio mutante em Genosha o bilionário tecnocrata Ethan Farthing afirmou ter criado a primeira “república algorítmica” do mundo. E, obviamente, passou por um rebranding, a ilha agora se chama Gigosha e seria governada por um algoritmo que está em constante mudança para transformar aquele país destruído na “nação mais poderosa do mundo”.
Gigosha é habitada por humanos que seguem as leis do computador quântico da Fartech que utiliza o algoritmo chamado Clipe de Papel. Sem eleições, sem líderes, só o algoritmo definindo o que é melhor para a nação (que não é necessariamente bom para os humanos).
Os gigoshanos (err) também tem implantes neurais, quando a nação sofre um ataque os humanos se transformam em zumbi e correm para proteger o supercomputador. Uma tecnocracia literal.
Há uma trama maior que envolve o Doutor Destino dominando o mundo, mas me achei na obrigação de trazer esse pedaço de ficção que pode – em breve – se tornar realidade bem perto daqui. E ainda tem gente que fala que não pode ter política na cultura pop.
