Um estudo da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) aponta que brasileiro está reduzindo o consumo de feijão e que esse grão pode, apenas, deixar o prato até 2025. Sim, um dos alimentos mais tradicionais na nossa mesa pode apenas SUMIR do consumo regular.
Mas o que tá rolando?
Está acontecendo o PIOR: brasileiro tem substituído os alimentos símbolos deste país, o bom e velho FEIJÃO COM ARROZ, por alimentos menos saudáveis. As consequências disso são imensas e incluem a ida de brasileiros pro espectro da INSEGURANÇA ALIMENTAR.
Essa mudança no consumo dos brasileiros tem relação DIRETA com avanço dos ULTRAPROCESSADOS (do qual já falamos por aqui). As pessoas estão ingerindo MENOS alimentos saudáveis e consumindo mais alimentos com altas calorias, mas baixo valor nutricional. Em parte, pela falta de tempo (falaremos sobre trabalho e deslocamentos em outro texto), outra parte pelo preço dos alimentos mais saudáveis.
Esses alimentos ultraprocessados dão sensação de saciedade? Sim. São mais baratos e demandam menos tempo para preparo? Sim. Mas aumentam as doenças cardiovasculares, insegurança alimentar devido ao baixo valor nutricional e, claro, nos coloca sob risco do aumento de uma série de outras doenças associadas ao consumo de alimentos ruins pra saúde humana.
INSEGURANÇA ALIMENTAR
Pare de passar a famosa VERGONHA na internet!
A FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) define INSEGURANÇA ALIMENTAR como “fenômeno que ocorre quando indivíduo não possui acesso físico, econômico e social a alimentos de forma a satisfazer as suas necessidades.”
Insegurança Alimentar tem relação direta com a QUANTIDADE e/ou QUALIDADE da alimentação. As pessoas não tem CERTEZA de COMO e QUANDO vão obter comida, por quanto tempo a comida vai durar.
Existe uma Escala Brasileira de Medida Domiciliar de Insegurança Alimentar (Ebia).
- Segurança alimentar: tem acesso regular e permanente a alimentos de QUALIDADE e QUANTIDADE suficiente.
- Insegurança alimentar leve: comprometimento da QUALIDADE da alimentação
- Insegurança alimentar moderada: restrição da quantidade de alimentos.
- Insegurança alimentar grave: comprometimento na qualidade e redução da quantidade. Inclui FOME.
EXPLICANDO O PREÇO DOS ALIMENTOS
Alguns alimentos ficam mais caros por questões sazonais: alimentos in natura, por exemplo, tem queda natural da oferta e preços acima da média.
Outra coisa DESAGRADÁVEL tem sido o fenômeno El Niño (esse ano SUPER EL NIÑO) que intensifica variações climáticas e cria dificuldades nas safras.
Lembrando, também, que tivemos elevação dos preços no setor de transportes (aéreo e rodoviário) e isso também impacta diretamente nos produtos que consumimos. Quanto maiores os gastos (sejam dos atravessadores ou seja do vendedor na ponta, mais esse valor é repassado ao consumidor final.
Traduzindo: se um comerciante está gastando muito com transporte para os produtos ou mesmo com passagens dos seus empregados, ele vai jogar isso pra cima do preço final dos produtos na gôndola.)