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Enrolar

Vamos enrolar?

Farofeiros, farofeiras e farofeires, ando bem cansado de muitas coisas, posso dizer até que ando cansado de estar cansado. São tantos boletos, reuniões de condomínio, contadores e médicos que estou oficialmente perdido no espaço tempo… E nisso tudo só consigo fazer uma coisa: enrolar.

Não é maldade, é quase uma questão de sobrevivência já que, afinal, boa parte dos problemas nem são culpa minha, mas por algum motivo acabo como responsável. Pedir para a outra parte esperar muitas vezes é pior – alguns entendem até como xingamento… Então prefiro mesmo preservar meus ouvidos.

No geral acredito ser um bom administrador e até “resolvedor” de problemas. Posso não trazer a opção que mais agrada a todos, também posso não ter todas as respostas, mas pesquiso e retorno com algo em mãos. Sem uma resposta, sem uma solução, as pessoas ao meu redor não ficam.

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E entenda, quando falo em enrolar não é para tornar a situação sem solução em algo permanente. Tal enrolação é apenas uma postergação da solução iminente, um mata-leão para que o problema apague, mas ele não irá sumir. Esse tempo a mais é o suficiente para que uma conclusão que beneficia a todos se torne realidade e, finalmente, todos vivam felizes para sempre… Até que surja mais um problema e eu tenha que enrolar todo mundo por conta de mais um motivo absurdo.

A minha vida não está fácil. O tempo está escasso e extremamente caro… Porém não fico contando com algum sorteio mágico de dinheiro para resolver todos os meus problemas. E isso me lembra de que nem tudo eu preciso enrolar, o pior mesmo é quando eu sou enrolado… Infelizmente, nesses casos, as pessoas preferem tornar a ausência de uma ação como estado definitivo.

Neste caso não é enrolação, é enganação. Normalmente preferem que eu deixe o assunto de lado para que eu simplesmente não resolva… Nunca.

Pensamento do Dia

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Pode me xingar, mas estou cada vez mais cético.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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