Camaradas, temos um problema e esse problema se chama FÓRMULA MARVEL™ no filme Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes.
O novo Dungeons & Dragons é um bom filme de aventura e fantasia e seria um divisor de águas no cinema mainstream do gênero se fosse lançado antes da franquia Marvel se consolidar, sobretudo Guardiões da Galáxia.
D&D usa a fórmula Equipe carismática + Punch lines de humor + Ação e Aventura = MARVEL CINEMATIC UNIVERSE. Todo o enredo, as interações entre personagens e estrutura de roteiro giram em torno de um modelo usado e abusado pela empresa de quadrinhos nos cinemas à exaustão.
Nos deparamos com um protagonista que se safa de todas as situações improvisando planos mirabolantes que envolvem cada habilidade dos membros da equipe conquistados ao longo da jornada. No meio desse imbróglio temos um misto de emoções paternais (Peter Quill e Edgin Darvis), força bruta (Gamora e Sofia) e personagens que compreendem mal figuras de linguagem e ironias (Drax e Xenk).
Tudo isso misturado com as piadinhas clássicas usadas pela Marvel como momentos de tristeza agudamente interrompidos por uma anedota para aliviar o humor, o discurso clássico do vilão interrompido por um herói que não quer ouvir, um plano mirabolante no melhor estilo de roubo a banco e etc. Acharam até tempo para fazer easter eggs do desenho da Caverna do Dragão (com figurinos dignos de quem fez apressadamente por pressão do executivo).
O filme em si é divertido mas toda essa estrutura já vista um zilhão de vezes cansa. O roteiro batido é ligeiramente compensado por bons efeitos especiais e por uma pequena amostra de um universo mitológico que tenta emular algo ali perto de O Senhor dos Anéis e filmes correlatos mas que, infelizmente, não basta por ser pouco aprofundado.
D&D pode agradar crianças que não conhecem o mundo de RPG e fãs desavisados da Marvel, mas para por aí.