É incrível como a vida pode separar pessoas para sempre sem muito esforço.
Farofeiros, farofeiras e farofeires, a vida separar pessoas para sempre é algo absurdamente fácil e, por isso mesmo, trágico. Isso acontece comigo, acontece com a minha família e certamente ocorreu – ou ocorrerá – com você.
Um like em rede social, até puxar assunto, pode não ajudar se o desejo de conversar não for mútuo. Normalmente é o silêncio que fala mais alto, mesmo com um like barulhento um sorriso do outro lado pode ser difícil de surgir.
Vivemos numa era onde você tem “amigos” no Instagram mas apenas três pessoas realmente se importam se você sumiu. A normalizamos perder contato porque a vida é corrida, ainda temos o contato na rede social.
Já me arrependi de buscar pessoas do meu passado na internet. Algumas me assustam por utilizar as redes sociais como meus pais usam, outros me assustam por apoiarem Jair Bolsonaro até na frente de quartel.
A verdade é que rede social alguma te aproxima das pessoas, os algoritmos nos dão sensação de proximidade enquanto estamos mais isolados que nunca. Você curte story de aniversário de gente que não fala há dois anos e acha que isso sustenta amizade.
E não, isso não sustenta.

Se você gosta de uma pessoa é preciso assumir uma responsabilidade incômoda: você precisa fazer algo a respeito.
Ligar no aniversário. Ir tomar uma cerveja. Mandar um e-mail comentando um conteúdo medíocre. Até enviar um meme às 3h da manhã porque lembrou da pessoa. São gestos simples te mantém próximo de quem você se importa. O problema é quando é tarde demais e você percebe que perdeu alguém importante sem nem notar quando foi.
E nem estou falando daquela pessoa arrombada que falou merda para você (ou para mim).
Quando você percebe que alguém importa, você faz algo. Ou aceita que um dia vai estar narrando sua própria história e vai ter que explicar por que deixou tanta gente boa ficar só na lembrança.
Tudo isso não é complicado e, no fim, pode valer muito mais do que imagina.
