Hoje é o dia de admirar o gibi onde Batman taca fogo nos racistas.
Para falar da notícia onde Batman taca fogo nos racistas precisamos começar pelo começo. Que tal uma trilha sonora para te acompanhar enquanto lê este breve texto? A trilha sonora indicada que indico é Fogo nos Racistas do Black Pantera, é só apertar o play.
O gibi Absolute Batman 2025 Annual #1 lançado 29 de Outubro de 2026 trás três histórias, uma delas história escrita e desenhada por Daniel Warren Johnson (Bill Raio Beta) e colorizada por Mike Spicer. E que história minha gente.
Como fica claro pelo título da HQ, é mais uma história do universo Absolute, não se passa na cronologia normal da DC Comics. Aqui Bruce Wayne é marombado e age de maneira diferente pois não conta com a riqueza de sua contraparte tradicional.
Ao ir comprar algumas armas para seu estoque Bruce acaba encontrando alguns homens com tatuagens neo-nazi atacando, obviamente, imigrantes latinos. Bruce sem seu equipamento é sobrepujado pelos racistas, mas consegue dar espaço para que as vítimas corressem até que um padre o resgata.
O grupo racista está se organizando para expulsar um grupo de imigrantes refugiados ali perto. Obviamente que a ação contará com violência e ainda com o apoio da polícia local, por isso mesmo Batman precisa agir.

A arte de Daniel é caricato e transborda velocidade e movimento, o que dá à ação do gibi algo que não vemos todos os dias. A brutalidade choca propositalmente em nome da narrativa que mostra na fantasia uma discussão que beira a realidade, com ICE perseguindo imigrantes nos EUA, por exemplo. Mas isso não muda o fato que ataques racistas ocorram no Brasil e no mundo.
Batman ataca com força e brutalidade. Dessa vez os racistas não tem chance, seus golpes são precisos e destroem os inimigos… que incluem alguns policias de Gotham City.



Mas ainda há mais neo-nazi escondidos em sua base, Batman vai até a casa e com seu trator. Após destruir a entrada Batman taca fogo nos racistas e queima tudo. Símbolos e pessoas. Fazendo com eles o que provavelmente fariam contra aqueles que perseguiam.


A história é sobre enfrentamento de racistas, sem dúvida, mas a violência é algo que corrói e faz Bruce lembrar de sua infância, quando seu pai (aqui um professor) disse acreditar em seu coração compassivo. O sangue nas mãos de Batman ao se lembrar de seu pai quebram o herói.
A sua luta é justa, mas seus métodos talvez não sejam aquele que seu pai vislumbrou. Porém, Thomas Wayne não está mais ali e o mundo não é mais o mesmo.
Mas está não é uma discussão simples.

Trago uma citação do autor China Miéville: “A ideia de que o realismo é a única ou a melhor maneira de representar os problemas sociais é simplesmente uma visão incrivelmente empobrecida do que é arte e do que a arte faz“.
Enquanto o quadrinho do Batman não trás uma solução acredito que expor a violência de supremacistas brancos com o apoio da polícia seja um bom início. Talvez assim algumas pessoas entendam mais facilmente o que ocorreu no Rio de Janeiro, por exemplo.
