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A privatização do conhecimento

A privatização do conhecimento era inevitável?

Farofeiros, farofeiras e farofeires, quando surgiu a internet – a rede mundial de computadores – foi anunciado que naquele momento todos teriam acesso à informação no mundo todo, bastava clicar. O que não falaram é que ocorreria a privatização do conhecimento, onde você só pode saber o que precisa se pagar uma assinatura.

A Wikipedia tenta ser o ponto central quando se trata de se obter conhecimento de maneira gratuita e livre. O problema é que determinados artigos se tornam um campo de guerra com revisionistas da história e negacionistas científicos querendo transformar algo fantasioso em fato. Internamente a moderação tem trabalhado, mesmo assim, quem acessa o site pode cair em algo que não recebeu a atenção devida.

E nem vou mencionar a cruzada de Musk contra a Wikipedia por não conseguir editar suas informações na plataforma. Ainda mais agora que anda fazendo propaganda nazista abertamente.

Só se você tem dinheiro e paga uma assinatura em dólar você pode ler o relato das vítimas de abusador famoso e como Adolf Hittler desmantelou a democracia em 53 dias. Obviamente que os veículos de comunicação no Brasil fazem da mesma maneira e é por isso que utilizar serviços como o Marreta é tão importante.

A privatização do conhecimento - The Wall Theater - blog FAROFEIROS

Da mesma maneira que você está lendo esse pensamento você deveria ter acesso ao conhecimento sem ser obrigado a pagar. Deveria poder ler um artigo científico ou uma reportagem de maneira direta, sem precisar acreditar no que se recebe no Whatsapp.

A ciência, a informação, a notícia, deveria ser prioridade de todos e, veja bem, sei bem que jornalismo sério e bem feito precisam de tempo e dinheiro. Não é barato ter qualidade, nem sou contra publicidade – tanto que este blog recebe migalhas por ela. Mas impedir o acesso, sequestrar o conhecimento, me parece ser um mal hábito que joga contra o próprio sistema.

Se artigos de grandes jornais podem ser vistos apenas mediante a pagamento, é certo que a grande maioria das pessoas que clicar naquele link não irão comprar a assinatura. Sem mencionar que uma grande parcela não irá mais nem tentar ler tal página. Afinal quem quer perder tempo na internet?

Sempre que posso tento usar a mídia independente como o Brasil de Fato, quando tenho algum necessidade acadêmica uso o SciELO e até mesmo a Wikipedia. Estranho que os supostos apoiadores da liberdade se agarram em quem mais os manipulam e os afundam em um mundo paralelo.

Abaixo você confere o vídeo do Meteoro Brasil com a pesquisadora Mayara Balestro que explica o modo de operar da principal disseminadora de verdades paralelas.

É importante apontar ainda que os mais diversos tipos de preconceito têm guarida das big techs. E a situação ainda irá piorar pois quanto mais absurda uma informação, mais eles irão querer que ela se propague. Como essas verdades paralelas.

A sua situação financeira não deveria ditar o conhecimento que você tem acesso. Quantas pessoas receberam informações erradas sobre COVID-19 e pereceram por acreditarem em fontes suspeitas? Quantas pessoas você conhece que tem embarcado em um revisionismo histórico triste? Quem está criando essa situação para lucrar com isso?

Pensamento do Dia

PENSAMENTO - Aaron Swartz - blog FAROFEIROS

A energia vital tá baixa, mas a caravana não para.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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