A privatização do conhecimento era inevitável?
Farofeiros, farofeiras e farofeires, quando surgiu a internet – a rede mundial de computadores – foi anunciado que naquele momento todos teriam acesso à informação no mundo todo, bastava clicar. O que não falaram é que ocorreria a privatização do conhecimento, onde você só pode saber o que precisa se pagar uma assinatura.
A Wikipedia tenta ser o ponto central quando se trata de se obter conhecimento de maneira gratuita e livre. O problema é que determinados artigos se tornam um campo de guerra com revisionistas da história e negacionistas científicos querendo transformar algo fantasioso em fato. Internamente a moderação tem trabalhado, mesmo assim, quem acessa o site pode cair em algo que não recebeu a atenção devida.
E nem vou mencionar a cruzada de Musk contra a Wikipedia por não conseguir editar suas informações na plataforma. Ainda mais agora que anda fazendo propaganda nazista abertamente.
Só se você tem dinheiro e paga uma assinatura em dólar você pode ler o relato das vítimas de abusador famoso e como Adolf Hittler desmantelou a democracia em 53 dias. Obviamente que os veículos de comunicação no Brasil fazem da mesma maneira e é por isso que utilizar serviços como o Marreta é tão importante.
![A privatização do conhecimento - The Wall Theater - blog FAROFEIROS](https://farofeiros.com.br/wp-content/uploads/2025/01/A-privatizacao-do-conhecimento-The-Wall-Theater-blog-FAROFEIROS-1.jpg)
Da mesma maneira que você está lendo esse pensamento você deveria ter acesso ao conhecimento sem ser obrigado a pagar. Deveria poder ler um artigo científico ou uma reportagem de maneira direta, sem precisar acreditar no que se recebe no Whatsapp.
A ciência, a informação, a notícia, deveria ser prioridade de todos e, veja bem, sei bem que jornalismo sério e bem feito precisam de tempo e dinheiro. Não é barato ter qualidade, nem sou contra publicidade – tanto que este blog recebe migalhas por ela. Mas impedir o acesso, sequestrar o conhecimento, me parece ser um mal hábito que joga contra o próprio sistema.
Se artigos de grandes jornais podem ser vistos apenas mediante a pagamento, é certo que a grande maioria das pessoas que clicar naquele link não irão comprar a assinatura. Sem mencionar que uma grande parcela não irá mais nem tentar ler tal página. Afinal quem quer perder tempo na internet?
Sempre que posso tento usar a mídia independente como o Brasil de Fato, quando tenho algum necessidade acadêmica uso o SciELO e até mesmo a Wikipedia. Estranho que os supostos apoiadores da liberdade se agarram em quem mais os manipulam e os afundam em um mundo paralelo.
Abaixo você confere o vídeo do Meteoro Brasil com a pesquisadora Mayara Balestro que explica o modo de operar da principal disseminadora de verdades paralelas.
É importante apontar ainda que os mais diversos tipos de preconceito têm guarida das big techs. E a situação ainda irá piorar pois quanto mais absurda uma informação, mais eles irão querer que ela se propague. Como essas verdades paralelas.
A sua situação financeira não deveria ditar o conhecimento que você tem acesso. Quantas pessoas receberam informações erradas sobre COVID-19 e pereceram por acreditarem em fontes suspeitas? Quantas pessoas você conhece que tem embarcado em um revisionismo histórico triste? Quem está criando essa situação para lucrar com isso?
Pensamento do Dia
![PENSAMENTO - Aaron Swartz - blog FAROFEIROS](https://farofeiros.com.br/wp-content/uploads/2025/01/PENSAMENTO-Aaron-Swartz-blog-FAROFEIROS.jpg)
A energia vital tá baixa, mas a caravana não para.