Todas as coisas têm que acabar, até a melancolia e a tristeza infinita?
Farofeiros, farofeiras e farofeires, tenho medo de ser como qualquer um e viver me arrastando pelos dias carregando minha melancolia e a tristeza infinita. Afinal, tudo o que faço e falo está publicado no meio de uma internet morta.
Tudo tem que realmente acabar? Pessoas tem que se separar? Será que realmente fui feito para esse mundo?
Não posso falar que minha vida é exatamente abençoada ou amaldiçoada, mas não gosto de me declarar vitorioso apenas por ainda estar aqui. O que tenho certeza agora é que o tempo não cura quem é um fudido quebrado, como eu.
Você já leu as palavras que escrevi nestes textos todos? E por que é tudo errado?
Aqui e ali vejo o desprezo, como se eu vivesse nas nuvens longe da realidade. E parece que todo mundo só está esperando eu cair (na real) e me dar (mais) mal.

O problema é que eu sei onde estou. Sei o significado das coisas, sei a velocidade da luz, sei o que é ter o coração partido, sei do vazio da juventude, sei da agonia da experiência, sei o que é dor, sei o que é solidão.
E por saber eu escrevo, por saber eu desenho, mas isso não facilita o entendimento do mundo para a maioria das pessoas. O mundo não facilita nem para as pessoas que querem ficar perto – principalmente aquelas que se dizem se importam.
E não estou falando do meu mundo. Aprendi que o que acontece no meu âmago só fará sentido para mim, não importa como eu me expresse ninguém irá entender minha mensagem. Provavelmente nem esta prosa será entendi por alguém, mesmo assim gosto de deixar o registo.
Apesar de tudo, sei que minha melancolia e a tristeza infinita só me ajudaram a escutar o ensurdecedor silêncio do mundo.
