Conheci a Casta dos Metabarões nas página da edição brasileira da Heavy Metal (a verdadeira). E sem exagero algum posso dizer que tudo ali me impressionou e acabou colocando um vírus em minha mente: se um dia fosse criar um quadrinho teria que ser daquele tipo.
Obviamente esse dia ainda não chegou mas os Metabarões ainda são personagens e histórias que adoro. Principalmente a primeira que li, de Othon, o Trisavô.
A arte é espetacular de uma maneira quase indescritível. Não é apenas quadrinhos, é arte real. Mas a narrativa de Alejandro Jodorowsky não fica atrás, uma história de fantasia com um começo, meio e fim em poucas páginas me deixou assustado. Afinal estou acostumado com Homem Aranha e Batman, com uma linha narrativa quase centenária.
Ver o surgimento do personagem, a sua evolução e seu derradeiro fim é surpreendente. A narrativa espetacular beira o genial com o traço do artista argentino Juan Giménez. Agrega com perfeição fantasia brilha e a tecnologia nos seus desenhos se mesclam com a naturalidade necessária para dar a verossimilhança ideal.
Sem recursos digitais obter um resultado como Juan consegue é de se maravilhar. Essa jornada teve início em 1981 e teve sua última história publicada em 2003. Um artigo com mais pesquisa e melhores imagens se faz necessário, afinal é um dos quadrinhos que marcaram minha vida.
Faço esse review tardio de A Casta dos Metabarões pois seu criador, Juan Giménez, acabou de falecer durante a pandemia de COVID-19. Como mencionei no meu adeus à Moebius (que também fez parte da equipe criativa), é difícil dizer adeus ao artista. Só espero que o carinho e o reconhecimento do trabalho de de Juan seja um consolo nos corações dos amigos e familiares.
