Valheim me atingiu de maneira inesperada, e talvez te atraia também.
Sou um dos 3 milhões de jogadores que adentraram neste mundo aos pés da Yggdrassil para sobreviver e, quem sabe, tentar ascender ao Valhalla. O jogo Valheim é game de sobrevivência mas diferente do que estamos acostumados a ver no mercado. Obviamente que há semelhanças com os já famosos ARK e Conan Exiles, mas há algo que realmente difere o jogo diante seus concorrentes, e é isto que tratarei nas próximas linhas.
Lançado em acesso antecipado no dia 2 de Fevereiro de 2021 e com menos de um mês de vida o game já possui na Steam mais de 70.000 análises extremamente positivas. O game da Iron Gate AB já é um dos grandes sucessos da distribuidora Coffee Stain conhecida por Goat Simulator, Deep Rock Galactic e Satisfactory. O preço de R$ 37,99 é convidativo – não é o valor de um jogo indie, mas não chega perto do preço de um lançamento AAA da sua produtora de games mais odiada.
No geral não há nada de especial em Valheim, o jogo é extremamente simples e mesmo assim conseguiu atrair a atenção de jogadores de todas as idades. A mecânica te força o grind quase infinito, assim você consegue se fortalecer para criar novos e melhores equipamentos para enfrentar os diversos inimigos que podem surgir pela floresta. Sua simplicidade é o que torna o game especial.
Seu mundo é gerado proceduralmente, assim como suas pequenas masmorras, mas o game é equilibrado o suficiente para que você às enfrente sozinho ou em grupo. Sozinho ou de maneira cooperativa você poderá chegar ao Valhala. Acho.
Gráficos ruins que são lindos
Você não será atraído pelos gráficos revolucionários ou pela tensão que será causada na comunidade imaginando se o seu PC irá, ou não, rodar Valheim com a qualidade máxima. A primeira impressão que tive quando comecei a jogar foi que se tratava em algo similar com Minecraft em 4k, mas com modelos 3D mais arredondados. Porém essa é uma explicação excessivamente simplista, seu visual é bem mais elaborado do que isso.
A iluminação é um show a parte, logo de cara de admirei com minha sombra tremulando nas paredes da minha casa. Não era estática como a da maioria dos jogos, não é perfeita, mas é bem próximo de uma sombra real diante de uma fogueira. As partículas de luz são quadrados simples que em repetição ganham um movimento e forma bem interessantes. Esses mesmos quadrados podem ser vistos flutuando no ar de maneira a dar ainda mais vida aos ambientes.
Outra movimentação interessante é a da grama quadriculada. É claro que há pouca resolução gráfica, não se pode dizer que é algo real, mas a movimentação dela ao vento é surpreendentemente real.
Tempestades são sempre assustadoras, com raios, vento, e muita água. Mas a mudança climática que mais me chamou atenção é quando a neblina fica mais densa. E tudo isso fica ainda melhor com a iluminação do sol nascente abaixo das raízes da Yggdrassil… E nestes climas diversos os habitantes do 10º reino ainda podem simplesmente decidir atacar seu lar, o que dá um tom extremamente dramático à jogatina.
Por não exigir uma máquina de última geração o game se torna democrático e pelo seu valor se torna acessível. Com isso a comunidade pode se juntar ainda mais, reunindo amigos e até a família para construir uma vila ou tentar matar um chefe que é uma árvore que anda ou um veado que solta raios.
Física “quase” real
A sua física também é algo bem interessante. Não chega a chamar a atenção como os gráficos me chamaram, mas há detalhes que impressionam por ser simples. O sistema de batalha segundo a própria produtora é punitivo, baseado em esquiva e defesa, é algo que ainda preciso me habituar.
Subir morros não é uma tarefa fácil, mas não acredito que em terra firme é possível ter uma sensação real de movimento. O que me impressionou, de verdade, foi quando decidimos explorar pelo mar. O efeito das ondas me pareceu um dos mais realistas já vistos em jogos de videogame. Enquanto seu visual é simplório o game oferece esses pequenos detalhes que acaba compensando de maneira extremamente positiva.
Assim como em Guild Wars 2 as pernas do personagem acompanham o terreno, mesmo se estiver em desnível. Pode parecer bobagem mas este feature simples é ignorado por games como World of Warcraft, por exemplo.
Outro exemplo bem interessante é a fumaça. Você precisa, obrigatoriamente, criar uma fogueira e mantê-la protegida da ação do tempo – sim, você precisa colocar um teto sobre a fogueira. Porém, como este não é qualquer jogo, é preciso que um escape para a fumaça seja criado, sob a pena do jogador ganhar uma “buff negativo” por respirar fumaça dentro de casa.
O futuro
O castelo é com certeza meu principal objeto – mesmo sem conseguir jogar direito. Uma vila com meus amigos já foi construída, mas ainda sonho em ter um castelo para impedir a invasão de monstros e contra-atacar de maneira eficiente esses seres que quebram minhas pobres pontes de madeira.
Valheim é um jogo simples mas competente em diversos pontos, o que o faz um concorrente pesado para quem ousar criar um jogo de sobrevivência nos próximos anos. Suas mecânicas simples tornam o game complexo como um todo, e por ser simples dá muita liberdade para o jogador – inclusive o casual, como eu. Não acho que este jogo ganhará prêmios ou será aclamado como Hades foi recentemente, mas acredito que entre os jogadores tem tudo para se tornar um grande sucesso por cumprir exatamente o que se propõe de maneira eficiente.
Uma resposta em “Valheim”
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