O que sua marca favorita faz quando os fãs são o problema?
Tenho visto muitos problemas do público contra marcas e figuras públicas (ou influencers) por opiniões opostas. A discussão normalmente são sobre assuntos tensos e em sua grande maioria lida com direitos humanos e o acesso à ele por todos. A maioria das marcas faz a lição de casa direitinho, outras nem tanto, mas a questão é outra quando os fãs são o problema.
Honestamente nós aqui do Blog Farofeiros tentamos evoluir, sem hipocrisia alguma apagamos o que não queremos propagar do passado para tentar não cometer os mesmos erros no futuro. Outras coisas pensamos, repensamos e depois até consultamos outras pessoas… No momento o meu último post falando sobre questões trans de Cyberpunk 2077 tem se mostrado um imã para conservadores, não aprovamos nenhum comentário deles por simplesmente não adicionar nada à discussão. O problema é que às vezes nós também erramos.
Não convivo com pessoas trans e talvez isso seja um problema para que eu possa avaliar qualquer questão. Como vou saber o que uma pessoa trans passa se não sou ou não vejo de perto sua realidade? Por mais empatia que eu tenha nunca saberei com toda a certeza o que a pessoa passa.
É válido o ponto de vista, mesmo que tenha empatia com a causa, sem conhecer a realidade de perto?
Quando os fãs são o problema a coisa pode se tornar muito mais complicada. A exemplo da Razer que se vende como empresa aliada de boas causas mas demite a mulher que respondeu um macho escroto. Quando é o contrário a Razer não toma atitudes drásticas ou públicas, valorizando o seu lado conservador e babaca de lidar com essas questões.
Os caras são tão escrotos que até bots eles compraram para tentar reverter a situação que apareceu até no Kotaku norte-americano. Por lá a situação também é estranha, o Rotten Tomatoes teve que tomar uma atitude para cima de macho decrépito sobre as avaliações do filme da Capitã Marvel.
Não quero que meu blog ou que minha vida seja parecida com o de gente preconceituosa. Convenhamos, se alguém desrespeita uma mulher na internet é por que não ama a própria mãe, tão pouco a respeita como mulher. Ou então a pessoa fica com medo de ficar sem alguém para pagar sua internet ou lavar cueca engomada.
Nessas situações quando os fãs são o problema uma voz tem que se erguer, a da razão. E essa razão tem que abraçar toda causa justa e socar a boca de gente preconceituosa. Não sou mais moleque e crio uma filha em um mundo armamentista que já avisou que irá fazê-la se esforçar mais do que já me esforcei para conseguir sucesso profissional, por exemplo.
Para aprender tento me informar, como todos deveríamos. Recentemente o AntiCast abordou o tema Masculinidade Tóxica nos Games com ótimos nomes participando da mesa. Rebeca Puige é uma das pessoas que mais me ensina sobre feminismo em seu competente Nebulla. Gays e Videogames literalmente desenha um relacionamento de um jeito muito bonito e amoroso. Em miúdos, sua carteirinha de nerd não vale nada, como disse LOAD no vídeo abaixo.
Minha esposa e minha filha também me ensinam muito mas as duas não produzem conteúdo para a internet (ainda). Infelizmente já errei muito antes de aprender e entender algumas coisas que toda essa gente que mencionei me ensinou. Infelizmente também aqui neste blog tínhamos muito conteúdo sexista, e logo em uma época em que tínhamos mais editoras. É triste é real e é um problema, só espero ter tempo de arrumar tudo antes de ter causado algum problema.
Nós somos fãs por aqui, e quando os fãs são o problema tenho que me incluir nisso. Mas diferente do que a maioria faz tentamos melhorar e escutar o outro lado. Por isso simplesmente deletamos todo o conteúdo que não condiz com a nossa mentalidade hoje, sem dó nem piedade, independente dos cliques.
Sim, tive que me casar com uma pessoa fantástica e ter uma filha espetacular para mudar a forma de pensar. Sei que errar faz parte da evolução, editorialmente e pessoalmente todos aqui evoluíram de um jeito ou de outro. Pro bem ou para o mal, a parte difícil é se manter na linha e ter coragem de assumir os erros e corrigi-los.
Se você ver algo que não concorda aqui no Blog Farofeiros comente, envie um email. Vamos abrir o diálogo e o coração. Estamos muito dispostos à melhorar cada vez mais.
E nessa linha de pensamento poderíamos seguir juntos em tudo, não acha? Temos muito o que melhorar, mas é um começo.
Serviu de inspiração para este texto o artigo de Katharine Trandacosta, editora do IO9.
2 respostas em “Quando os fãs são o problema”
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