Você já comprou o seu Karl Marx Labubu no cartão de crédito hoje?
No exótico cruzamento entre filosofia e fofura, encontra-se o mito de Karl Marx Labubu. Literalmente um coelho de alguma realidade alternativa afetada por raios gama (ou por um filé om fritas) com orelhas pontudas, dentes afiados e um sorriso que zomba da perturbada dialética materialista.
Imagine um universo bizarro em que Marx, levantando-se do túmulo incrédulo para encarar esse intruso peludo. Um token não-fungível simbolizando o capitalismo tardio em que vivemos, degradando e degradado pelo lucro. Enquanto isso vemos a figura de um Labubu ajeitado, sendo chamado de subversivo por comer pizza no dia seguinte pela extrema-direita.

O fetiche do consumismo moderno sentado sobre o túmulo de quem mais alertou sobre os perigos da falta de ética no consumo. Junto uma carta de um estudante chinês expressa sua gratidão pelo impacto de Marx no socialismo contemporâneo na China.
Querendo ou não, o Labubu, esse boneco bobo de plástico, representa o ápice do capitalismo provando que o seu valor é especulativo, está na incerteza e na suposta raridade. Gerando uma falsa demanda, altamente volúvel e – por que não – falsa. Justamente como Marx critica o fetichismo da mercadoria.
No teatro digital onde ideologia colide com o consumo e o humor, bonequinho feio é, ao mesmo tempo, um meme, uma performance e um comentário político. A internet poderá discutir o quanto desejar, mas a verdade é que trazer a discussão já é uma vitória para o socialismo que – de alguma maneira – entra na casa de pessoas que não sabem seu significado, mas compartilham da revolta da classe trabalhadora.
O Capital era só um unboxing de ideias, camarada. A real revolução começa agora, ao desviar de NFTs e Lero Lero Machines. Resista. Revide.