Riri Wiliams à frente de Homem de Ferro!
Devo declarar meu extremo repudio ao termo “justiceiros sociais” usados por alguns para justificar mudanças na Marvel Comics. Devo repudiar ainda mais aqueles que querer causar transtornos dizendo que fãs estão deixando de ler títulos com essas mudanças e, consequentemente, fazendo a editora vender menos dando a ideia de que o que é diferente é ruim. Não sei mais quantas vezes vou ter que falar que isto é uma tremenda baboseira.
Já falei da importância de personagens gays nos quadrinhos, incluindo um X-Men original, do Homem Aranha negro de descendência latina, da nova Thor, do Capitão América negro e de esquerda. Da nova Miss Marvel eu falei pouco pois a conheço pouco (por enquanto) mas já acho interessante o suficiente a personagem para comprar gibis para minha filha que nem nasceu desta personagem… E tudo isso só quer dizer uma coisa: que é importante para todos se identificarem com seus heróis. Se ver em outras pessoas, ou super heróis é importante na construção do caráter de cada um, ser aceito pelo meio que vive é essencial e os gibis são uma ótima ferramenta nessa questão.
Ser diferente não é problema, o problema é ser discriminado e recriminado por essa diferença, seja ela qual for e a editora Marvel Comics entende que isto é importante. Não por serem bonzinhos, é claro que não são, mas por que eles veem essa identificação com seus personagens importante para as vendas. Simples assim, todo mundo sai ganhando.
Brian Michael Bendis é um escritor premiado e está no centro de uma onda de renovação étnica na Marvel Comics, foi ele quem criou o novo Homem Aranha, Miles Morales. Hoje temos mais uma novidade do escritor em forma de uma jovem genial que cria sua armadura inspirada no Homem de Ferro como trabalho no MIT. Uma mulher negra é a nova protagonista do gibi do Homem de Ferro e isso é excelente.
Tenho elogiado a Marvel Comics por querer diversificar a etnia de seus heróis em destaque e este é a renovação que faltava na minha opinião. Riri Wiliams chega em um momento onde a divisão entre os heróis é eminente e ela ainda terá um concorrente na forma de ditador europeu em Victor Von Doom, o Dr. Destino será o Infamous Iron Man, enquanto a moça fica com Invencible Iron Man. Sua primeira aparição foi em Invincible Iron Man (Vol. 3) #7 de Março de 2016.
O futuro de Tony Stark é um mistério no momento. Morte? Viagem interplanetária? Mudança de universo? Não se sabe, o que sabemos é que ele irá deixar de ser o Homem de Ferro e que uma mulher negra protagonizará um gibi que era de um homem, branco, rico e playboy. Sim, Tony Stark pode ser um personagem querido mas ele é um veneno também, cansei de contar as vezes que ele tem atitudes suspeitas para um herói, vide a atual saga dos Illuminati. Nosso “herói” simplesmente cria bombas para destruir planetas dizimando civilizações sem remorso ou vontade de procurar soluções menos agressivas.
É importante lembrar ainda que tais criações de Brian Michael Bendis não são por acaso. O escritor é ativista mesmo e o motivo para tal inspiração é sua família. Existe inspiração melhor do que essa?
Por um mundo sem preconceitos o ideal é começar assim mesmo, tirando esterótipos padrões de seu lugar para que as pessoas possam cada vez mais se identificar com seus personagens favoritos e serem aceitos no mundo. É isso que acredito que ele deseja para seus filhos… é isso que eu quero que minha filha tenha.
Bem vinda Riri Wiliams, espero que fique por aqui um bom tempo!