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Reescrevendo o passado

Um Pensamento falando como viver reescrevendo o passado pode ser bom, para um blog.

Nem acredito que vivo reescrevendo o passado. Quer dizer, só um pouco.

Farofeiros, farofeiras e farofeires, por conta da comemoração de 22 anos do blog houve uma introspecção maior do que imaginei. Literalmente fui ao passado ver o que escrevia e acabei reescrevendo o passado. Quer dizer, mais ou menos.

Tenho muito apreço pelo que escrevi até hoje, algumas análises só podem ser obtidas na primeira vez que você vê um filme. O melhor exemplo mais recente que posso dar é de Star Wars – O Despertar da Força, sim, escrevi duas vezes sobre o mesmo filme. E entenda bem, não acho que os textos são excelentes, nem vou defender o filme, mas através deles você pode ver o quanto o filme realmente me emocionou. Não, não é um texto que serve ou atende todo mundo, mas a ideia é ver meu ponto de vista – mesmo que emocionado – sobre o filme… E esse tipo de texto é o que gosto de trazer para o blog… Praticamente um pedaço de mim.

Mas o passado longínquo a coisa é pior do que você pode imaginar. Além dos erros de português grotescos – de uma época em que os navegadores não possuíam corretores embutidos – e de um amadorismo tão claro que deixava a mensagem obscura. Fui obrigado a reescrever algumas coisas no decorrer dos anos, atualizar ou aprimorar alguns textos meus. Outros deixei de lado.

Esses que ficaram esquecidos são um ótimo retrato da época e, como tal, extremamente desatualizados.

Reescrevendo o passado - espectro Rodrigo - blog FAROFEIROS

No lançamento lembro que houve diversas publicações de notícias. Quanto aos artigos precisei aprimorar um pouco, mas não posso dizer que eram melhores. Há um fator importante que devo apontar: por algum motivo fui convencido que escrever errado seria uma boa ideia na época. No lugar de escrever “não” escrevíamos “naum”… Internet raiz sem autocompletar.

Existiram algumas revoluções internas e muito foi apagado, mas ainda guardo com um certo carinho alguns dos meus primeiros artigos publicados – mas não posso dizer que tenho orgulho deles. Eles precisaram ser alterados, renovados e refeitos até. O conteúdo evolui e o trabalho que está publicado na internet não muda se você não for lá e reescrever tudo.

Em 2002, no lançamento do blog, falei de um gibi lançado em 2000 do Wolverine e sua turma no Quarteto Fantástico. Não tenho certeza se essa breve história do Erik Larsen foi publicada no Brasil, mas vê-lo escrever uma história do então “novo” Quarteto foi muito divertido.

Também reclamei de Steampunk, pois foi um gibi que frustrou de maneiras que não sei explicar. Talvez eu esperasse algo que não poderia sair dali… A arte do Chris Bachalo foi o que me cativou, mas nem ela conseguiu sustentar a história.

Falei do então “revolucionário” novo herói da Marvel Comics chamado Marvel Boy, mostrando do que Grant Morrison é capaz em um gibi de super-herói… desde que a liberdade criativa seja acima da média. Também mostrei que fiquei tocado com a história de O Estigma do Batman. Na época era incomum gibis de boneco abordarem de maneira tão empática temas considerados “delicados”.

Admiti que não entendi Deus Americanos na primeira vez que comecei a ler. Que é totalmente o contrário de Belas Maldições que continua sendo meu livro favorito de todos os tempos. Ainda falei do filme O Império do Besteirol Contra Ataca que fui assistir com meu irmão e uma amiga em uma aventura que nunca contei aqui no blog.

Anos depois de ter começado este blog, mesmo reescrevendo o passado, a boa notícia é que evolui como pessoa e como escritor.

Pensamento do Dia

Calma, as comemorações acabaram, mas como esse ano a coisa foi diferente achei que deveria publicar tudo o que pensei que deveria publicar e não tinha publicado. Entende?

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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